O arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, declarou-se muito feliz com a escolha de um papa originário da Argentina, país vizinho ao Brasil, na América do Sul. Segundo ele, pouco antes do anúncio oficial, na Santa Sé, ele havia falado que qualquer um dos mais cotados representaria uma escolha acertada, mas que a eleição do agora papa Francisco superou de forma muito positiva todas as suas expectativas.

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– Fiquei contentíssimo. Além de tantas qualidades que o novo papa Francisco I tem, ele é um profundo conhecedor da nossa realidade latino-americana. Creio que a escolha do seu nome, em homenagem ao santo da humildade, Francisco de Assis, indica o seu programa – disse Dom Murilo, lembrando que, por ocasião da sua conversão, São Francisco recebeu, como ordem divina, a reconstrução da Igreja.

– Se os cardeais reunidos o escolheram é porque viram que ele vai fazer como Francisco de Assis, que escutou a ordem de Cristo: ‘vai e reconstrói a minha Igreja’. Inicialmente ele pensou que fosse a igreja física, que deveria ser reconstruída, até perceber que se tratava de outro tipo de reconstrução: de pessoas e de fé. Hoje, a Igreja enfrenta tantos problemas morais e econômicos, que está precisando de corações fortes, convertidos para Deus. Porque é Deus quem deve estar no centro de tudo – observou.

Ele explicou que Francisco I é um jesuíta e seu perfil é de homem organizado, metódico, com objetivos claros, que busca alcançar, visando sempre a vontade de Deus.

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Dom Murilo não acredita em mudanças radicais no comando da Igreja, em relação ao pontificado do papa antecessor. – Bento 16 é um homem muito culto, escreve muito bem, mas, como sumo pontífice, se mostrava tímido na exposição de suas ideias. Um exemplo foi a forma como anunciou a sua renúncia. Francisco I é mais coração, mais latino – comparou, concluindo que se encantou com a primeira aparição do novo papa, com um jeito franciscano, que, de maneira cativante, rezou por Bento 16 e pediu orações para seguir a missão que lhe foi confiada por Cristo.

O governador da Bahia, Jaques Wagner, também comemorou a escolha de um religioso argentino para o cargo mais alto da Igreja Católica. De Brasília, onde cumpre agenda oficial, desejou que o novo pontífice tenha plena luz e sabedoria para conduzir a Igreja Católica sempre no caminho da busca da paz e entendimento entre todos os povos do mundo:

– Recebo com muita alegria a escolha de um religioso latino-americano. ê mais um reconhecimento do grande número de fiéis espalhados pela região, que só vêm se somar aos milhões de católicos do mundo e fortalecer os laços religiosos e de solidariedade entre os povos.

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Por fim, o governador Wagner disse desejar que Francisco I possa conduzir a igreja e o seu rebanho com sabedoria e lucidez para enfrentar os novos tempos.

Duração dos conclaves nos últimos dois séculos:

Bento XVI, 2005 – 2 dias

João Paulo II, 1978 – 2 dias

João Paulo I, 1978 – 1 dia

Paulo VI, 1963 – 3 dias

João XXIII, 1958 – 3 dias

Pio XII, 1939 – 1 dia

Pio XI, 1922 – 4 dias

Bento XV, 1914 – 3 dias

Pio X, 1903 – 4 dias

Leão XIII, 1878 – 1 dia e meio

Pio IX , 1846 – menos de dois dias

Gregório XVI, 1831 – 54 dias

Pio VIII, 1829 – mais de um mês

Leão XII, 1823 – 26 dias

Pio VII, 1799-1800 – 3 meses e meio

Veja algumas curiosidades sobre o conclave:

– A língua oficial do conclave é o latim, mas todos os cardeais devem saber se comunicar em italiano

– Os cardeais não podem votar em si mesmos – deve-se escrever com caligrafia diferente na cédula para garantir o sigilo

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– O conclave pode durar dias, semanas e até meses

– O eleito recebe um anel de ouro com a imagem de São Pedro pescando, que é o selo oficial do papa

Infográfico: entenda como funcionou o conclave