Noite de gala traz diversidade ao palco do Festival de Dança de Joinville

Assim como no palco, o público da Noite de Gala do Festival de Dança de Joinville se destacou pela multiplicidade. Apesar de haver jurados na plateia, não houve competição. Quem garantiu o primeiro e único lugar foi o público que pôde se deleitar com a arte do Balé da Cidade de São Paulo, dirigido pela homenageada da noite Iracity Cardoso.

Aspirantes ao palco também prestigiaram as três coreografias apresentadas nesta segunda-feira. Uneven, de Cayetano Soto foi a primeira, seguida de BandOnéon, de Luis Arrieta. Contato, de Mauro Bigonzetti fechou o espetáculo no Centreventos Cau Hansen.

A palavra Uneven, traduzida do espanhol, significa desigual e representa a síntese do que todos poderiam esperar das apresentações do Balé da Cidade:

-Diversidade e bons bailarinos-, foi o que Iracity prometeu e cumpriu no palco do Centreventos.

“Habitué de velhos tempos”, a diretora admira o festival por ser um momento em que amantes da dança se encontram. O Balé da Cidade foi a segunda companhia que Iracity trouxe para o evento. Diferentemente dela, as meninas Ana Beatriz e Anna Piza vieram de Brasília para Joinville pela primeira vez. Sobre o festival, as duas dizem em coro:

-É maravilhoso!

– a melhor estrutura que já vi para competição – elogiou Ana Beatriz.

– legal ver a cidade toda envolvida – completou a outra Anna.

As duas dançam há sete anos. Não menos encantada do que elas estava a jurada do balé clássico de repertório Ady Addor. O trabalho apresentado na noite de gala não era conhecido de Addor, até então. Neste primeiro contato ela destacou a técnica e profissionalismo dos bailarinos. O violoncelo do músico Raïff Dantas, tocado ao vivo, foi o diferencial da noite.

-É mais prazeroso para quem dança e toca mais o público-, explicou Addor.

Todos puderam de deleitar com as apresentações, mesmo aqueles que não enxergam. A noite de gala foi a noite de estreia da audiodescrição no festival. Isso permitiu aos cegos assistirem às apresentações e aumenta ainda mais a abrangência da vontade de Iracity.

-Quero que o público dance com a gente e ame a dança como a gente ama-, desejou.