A startup “Nohs somos” quer mapear lugares que sejam amigáveis e seguros ao público LGBTI+. É um daqueles raros (e curiosos) momentos que a tecnologia se torna uma ferramenta de humanização e de promoção da empatia. E além do “mapa LGBTI+”, a startup quer se tornar uma plataforma de inclusão, diversidade e promoção da cocriação.

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– Nosso propósito, nossa solução, é criar um hub LGBTi. Ele aproxima o consumidor LGBTi ao mercado amigável. O consumidor LGBTi tem alto poder de compra e sofre preconceito no atendimento, na prestação de serviço – diz Hottmar Loch, diretor da “Nohs Somos”.

Loch conta que o projeto nasceu no início de 2019, com cinco amigos – “responsáveis legais” pelo projeto. Mas que conta com mais de 20 voluntários nas reuniões de cocriação do produto.

–  A cocriação acontece nas diferenças. Diversidade é um fato. A inclusão é uma escolha. E ela é subjetiva –  explica.

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De fato, a comunidade LGBTI+ é muito engajada no mundo on-line, com alto potencial e poder de compra. Segundo a Out Leadership, associação internacional de empresas que desenvolve iniciativas para o público gay, o potencial financeiro do público LGBTI+ é de R$ 419 bilhões, ou 7% do PIB nacional. Ainda assim é excluída ou sofre preconceito.

Além de mapear os espaços amigáveis à comunidade, a plataforma quer ajudar na capacitação da mão de obra. E dos próprios empresários.

– O ambiente empresarial, corporativo, é uma extensão da nossa vida. Quando a pessoa se sente parte, é incluída, ela rende até 15% a mais. A diversidade é um caminho sem volta – diz Loch.

Mas se um serviço como o mapa LGBTI+ tem um grande potencial para fazer o bem, também pode ser perigoso: avaliações feitas com más intenções podem ter efeito devastador. Loch explica que a equipe de cocriação projetou a plataforma para ser “positive label”, ou seja, fazer recomendações, não desqualificações.

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– Nossa métrica foi feita em conjunto com a UFSC. E precisamos de um número mínimo de avaliações. Damos selos, recomendamos. Mas entendemos que o preconceito acontece em várias gradações. Um mesmo lugar pode ser gay friendly, mas transfóbico e supremacista, por exemplo – diz.

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O “Nohs somos” tem lançamento previsto para agosto e acabou de ser selecionada para participar do maior programa de aceleração de startups da América Latina, o InovAtiva. A iniciativa é  executada pelo Ministério da Economia, pelo Sebrae e pela Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi).