Um dos pilotos mais atenciosos com fãs, Felipe Massa conta que seu único contato com Ayrton Senna foi determinante para sua atitude aberta. Quando pequeno, ele foi pedir autógrafo ao ídolo, que se negou a atendê-lo. Massa relembrou ao LANCE!Net o episódio.
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– Era noite, encontrei o Ayrton no Iate Clube de Ilhabela (SP). Minha família tinha uma casa em Ilhabela e a gente sempre passava as férias lá. Ele estava chegando com uma mulher, eu nem lembro quem era. Eu devia ter uns oito, nove anos de idade. Não tinha ninguém lá e as pessoas do restaurante falaram que era o Ayrton Senna. Eu peguei um papel e uma caneta – eu e mais duas crianças – e a gente foi lá pedir um autógrafo. Mas ele não deu. Talvez pela pessoa que estivesse com ele, ele não quisesse aparecer, não sei. Só sei que foi um dia muito difícil pra mim – afirmou.
Por causa disso, o atual piloto da Williams afirma que sempre para a fim de atender um pedido de foto ou atógrafo, pois o episódio o marcou muito.
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– Fiquei chateado porque o Ayrton, pra mim, era tipo Deus e aí você chega lá e ele não dá o autógrafo. Fiquei muito chateado, mas, sem dúvida, isso me fez aprender. Eu cheguei numa posição em que eu virei um piloto de F1, virei uma pessoa famosa e muitas crianças querem meu autógrafo, querem estar perto de mim. Então é impossível você me ver não dando um autógrafo para uma criança, principalmente para uma criança. Claro que tem momentos em que a gente está na correria, está trabalhando, mas aquele momento me fez aprender demais. Aquilo mexeu, mas mexeu demais comigo. Foi o único contato que tive com o Senna, mas foi uma experiência que eu tive. Eu senti muito pelo que aconteceu, mas acho que aprendi demais – disse.
Único representante brasileiro na Fórmula 1 atual, Massa acredita que a morte de Ayrton Senna teve um papel fundamental na diminuição da presença de pilotos do país no automobilismo internacional. Para o atual piloto da Williams, Senna passava uma imagem fundamental para incrementar o interesse geral dos brasileiros pelo esporte.
– Senna teve uma influência muito grande para o automobilismo em geral, alimentando a paixão dos brasileiros pelo esporte. Ter sempre um piloto brasileiro lá em cima, elevando o nome do nosso país, sempre foi bacana. Ele representou uma imagem incrível para o Brasil – não só o Senna, mas os pilotos que a gente teve em geral. Talvez naquela época o trabalho feito com o automobilismo ocorresse com uma mentalidade melhor por parte da federação do que é feito hoje. Isto, sem dúvida, foi muito graças ao Ayrton. Ajudou muito naquela época, porque, quando eu comecei a correr de carro, em toda a categoria tinha um piloto brasileiro vencendo corrida, disputando campeonato. Hoje a gente não vê mais isso – apontou Massa.