Na tarde desta segunda-feira, a presidente da República, Dilma Rousseff, se manifestou no Twitter sobre a morte cerebral do cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, ferido na última semana por um rojão lançado durante manifestação no Rio de Janeiro.

Continua depois da publicidade

Dilma afirmou no microblog que o fato “revolta e entristece”, destacou que a liberdade de manifestação não pode ser usada para atentar contra a vida e disse que determinou à Polícia Federal que apoie as investigações.

Leia mais:

> Cinegrafista atingido por rojão no Rio de Janeiro tem morte cerebral confirmada

> Black Bloc Rio lamenta morte de cinegrafista e divulga manifestações

Continua depois da publicidade

Outras manifestações de pesar:

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, também divulgou nota de pesar:

“O governador do estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte do cinegrafista Santiago Andrade, que perdeu a vida no exercício profissional do jornalismo”, disse.

De acordo com o governador, a liberdade de imprensa “é um bem que deve prevalecer como instrumento para o exercício do direito fundamental à informação”. Para ele, o direito de manifestação é fundamental para a democracia, mas condenou a violência durante o protesto e a classificou de inaceitável. “O diálogo entre cidadãos e Poder Público é o caminho para o aprimoramento da sociedade”, completou.

O governador concluiu a nota dizendo que a autoria do crime está sendo investigada.

“O Estado se solidariza com a família de Santiago. E busca, observando o devido processo legal, a autoria do crime para que o responsável possa ser submetido à Justiça”, disse.

Abraji lamenta o caso

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lamentou, em nota oficial, a morte cerebral do cinegrafista. No documento, a entidade informa que “se solidariza com familiares, amigos e colegas do profissional” e cobra a elucidação do crime.

Continua depois da publicidade

“Santiago foi ferido na cabeça por um rojão na noite de quinta-feira. Ele cobria uma manifestação, na região central do Rio de Janeiro, contra aumento das passagens de ônibus. A investigação da polícia aponta manifestantes como os responsáveis pela compra e disparo do rojão”, diz a nota da Abraji.

A entidade relata que a morte do cinegrafista “é o primeiro caso fatal envolvendo jornalistas atacados durante os protestos de rua, mas os incidentes têm se multiplicado”.

“Desde junho de 2013, a Abraji alerta para a escalada de violência e violações contra profissionais da imprensa. Desde que esta onda de protestos começou até o anúncio da morte de Santiago Andrade, houve 117 casos de agressão, hostilidade – tanto por manifestantes quanto por policiais – ou detenção de jornalistas. A violência sistemática contra profissionais da imprensa constitui atentado à liberdade de expressão. É preciso que o Estado (Executivo e Judiciário) identifique, julgue e puna os responsáveis pelos ataques”, defende a entidade.

A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) também divulgou nota em que se diz profundamente consternada” e define como “injustificável, inaceitável e incompreensível o falecimento do cinegrafista da Rede Bandeirantes, Santiago Andrade”.

Continua depois da publicidade

A entidade acrescenta no documento oficial que “protesta, com todos os meios possíveis, contra a onda de violência gratuita que, aproveitando-se das manifestações democráticas, as transformaram em palco de comportamento reprovável”. “Não bastaram os prejuízos causados aos bens públicos e privados, agora agem de maneira brutal contra a vida de um trabalhador”, diz a ACRJ, para quem “a liberdade é um bem inatacável”.

“A ACRJ não abre mão da luta no sentido da manifestação livre e pacífica de interesses e manifesta sua mais profunda solidariedade à Rede Bandeirantes, à imprensa livre de todo o País, assim como à família do profissional, que acaba se transformando no mártir pela liberdade”, conclui a nota.