Foi na turbulência da pandemia que Mariane Bittencourt precisou se reinventar para evitar a falência. A empresa dela, uma incubadora de moda, enfrentou uma forte crise nos primeiros dias do isolamento social e precisou paralisar as atividades.
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— Nós tivemos que desligar as máquinas. E nessa hora eu pensei: tudo que está em movimento, tende a ficar em movimento. A gente não pode parar — comenta a empresária.
A máquina que foi desligada faz impressão em algodão e é a principal ferramenta da empresa, que auxilia novos empreendedores a entrarem no mercado da moda.
— Nós hospedamos pessoas que estão iniciando neste negócio. Elas vendem as peças em e-commerces ou pequenas lojas e nós fabricamos. Assim elas não precisam de investimento inicial para produzir e nós podemos auxiliar essas pessoas a desengavetar sonhos — explica.
No início da quarentena, por cerca de 10 dias, segundo Mariane, esse mercado “congelou”. Com as vendas paradas, ela decidiu aproveitar o equipamento para estampar máscaras, que passaram a ser item obrigatório na rotina dos consumidores. Com a ferramenta, foi possível personalizar o produto para marcas e até para quem busca peças únicas. A ideia logo surtiu efeito e, além de movimentar o financeiro, começou a gerar empregos.
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— Cogitamos a hipótese das máscaras e no mesmo momento já recebemos pedidos. Dentro de uma hora já tínhamos duas encomendas confirmadas, mais de 100 peças. No segundo dia eu já estava contratando mais costureiras — conta.
O desafio é ter ousadia
— Eu e a torcida do Flamengo tivemos essa ideia. "Mãe de muitos", que sabe costurar, colocou em prática e foi encorajada para ajudar nesse momento de pandemia — foi o primeiro pensamento de Mariane quando decidiu que iniciaria essa produção.
A empreendedora transformou esse obstáculo em desafio e acreditou no próprio potencial para enfrentar a concorrência.
— Ninguém pode fazer como você faz. Você tem o seu mercado, seus conhecidos, seus influenciadores, pessoas a quem só você pode chegar. O grande erro de pessoas que têm uma ideia é que perdem o timing, porque pensaram demais. O importante é colocar em prática, buscar um diferencial e lembrar que tem mercado para todos. O mundo inteiro está comprando máscaras, você vai conseguir vender uma também — argumenta.
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Outro conselho da empresária é correr riscos calculados. Ela afirma que só se permitiu investir na produção de máscaras após avaliar que, além de clientela disponível, teria as ferramentas em mãos para colocar a ação em prática.
— Não é momento de grandes investimentos. É momento de pegar o que você tem e fazer algo. É como ter que fazer almoço e não foi no mercado: você junta uma cebola aqui, um creme de leite ali e faz um macarrão, saiu uma refeição — diz.
Com ousadia, e um espírito empreendedor inspirador, Mariane Bittencourt está disposta a manter a empresa e construir um legado.
— Daqui um ano, a gente vai olhar para o dia de hoje e dizer: as pessoas que fizeram “isso, isso e isso” fizeram bem. Eu quero saber agora o que é “isso” e fazer também — finaliza.
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