Atletas brasileiros se manifestaram pelas redes sociais nesta terça-feira (7), aniversário da Independência do Brasil, com mensagens que reproduzem o slogan do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em Brasília, Bolsonaro fez discurso de ameaças golpistas e é alvo de manifestações a favor e contra o seu governo ao redor do país.

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Entre os esportistas que se posicionaram está Daniel Alves, 38, lateral do São Paulo e da seleção, que postou foto com a bandeira nacional e a camisa amarela da equipe brasileira. O texto, publicado pelo jogador no Instagram, começa com o slogan “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, utilizado pelos bolsonaristas desde a sua campanha eleitoral em 2018.

— Dia da nossa independência e desejo-lhes que vocês peguem esse dia, para independizar também. Se independizar das opressões, das manipulações e das influências egocêntricas — escreveu Daniel Alves na rede social.

Nos comentários, ele ganhou apoio de Lucas Moura, meia-atacante do Tottenham (ING). Em sua conta, Lucas apenas compartilhou a imagem da bandeira do Brasil desenhada sobre um leão junto das hashtags #OrdemeProgresso, #Liberdade e #IndependênciadoBrasil.

O volante Felipe Melo, fervoroso apoiador de Bolsorano, também fez a sua postagem com a camisa amarela da seleção neste 7 de setembro.

Ex-jogadores como Amoroso (São Paulo e Guarani), Giovanni (Santos e Barcelona) e Dagoberto (Athletico e São Paulo) também se manifestaram nas redes. O último, bicampeão brasileiro pelo clube do Morumbi, repetiu Daniel Alves e também publicou uma imagem com o slogan bolsonarista “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”.

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Dagoberto, porém, tentou se descolar de qualquer apoio ao presidente com sua postagem. — Ninguém aqui está falando de política mas sim de um país melhor e justo pra todos — escreveu.

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Os atletas de vôlei, o oposto Wallace e o central Maurício Souza publicaram, nos stories do Instagram, vídeos em que passeavam de carro ao lado dos apoiadores de Bolsonaro.

 — Essa é a vontade do povo, não tem boca, não — gritava o central da seleção, que esteve nas Olimpíadas de Tóquio.

Logo após a campanha decepcionante do Brasil nos Jogos Olímpicos – perdeu o bronze para a Argentina -, Maurício foi visitar o presidente e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em Brasília.

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Jogador Mauricio aparece do lado esquerdo da foto vestindo terno e gravata de mãos cruazadas, ao seu lado, ao centro, está o presidente Bolsonaro e mais à direita Eduardo Boslonao. Ao fundo da imagem há uma parede de madeira do escritório presidencial e duas bandeiras do Brasil
Mauricio Souza visitou o presidente Jair Bolsonaro no final de agosto (Foto: Mauricio Souza/Instagram/Reprodução)

O central postou em suas redes sociais algumas imagens do encontro, que aconteceu no Palácio do Planalto, e foi elogiado inclusive pelo companheiro de seleção, Wallace Souza.

Maurício e Wallace apareceram em uma foto da equipe brasileira formando um 17, número do então candidato Jair Bolsonaro, durante a corrida presidencial de 2018.

Já o atacante Paulinho, do Bayer Leverkusen, ironizou as manifestações deste domingo.

“Imagina tu sair de casa para defender gasolina a R$ 7, dólar acima de R$ 5, gás de cozinha acima R$ 100, 15 milhões de desempregados, superfaturamento na compra de vacinas e milhares de mortes por ineficiência de um governo?”.

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Quem também fez críticas às manifestações do Dia da Independência foi Elias, ex-volante de Corinthians e Flamengo, que se disse envergonhado nos stories do Instagram.

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“Dia 7,00 de setembro. Dia da alienação! Um pouco envergonhado com alguns aqui. Mas não surpreso”, postou o jogador de 36 anos.

A atleta do vôlei de praia Carol Solberg, que gritou “fora, Bolsonaro” no microfone do canal SporTV após uma partida no ano passado, voltou a pedir a saída do presidente nesta terça. “Muito triste esse 7 de setembro. Usar essa data para celebrar ódio, violência, armas, mentiras e total desrespeito à democracia”, escreveu Carol.

Em razão do protesto naquela partida em 2020, ela foi denunciada ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e recebeu uma multa de R$ 1.000, convertida em advertência.

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