O cartão de crédito de Sérgio Graciano, antes estourado para pagar dívidas do handebol de Blumenau, hoje está no verde. As dificuldades financeiras que se tornaram uma grande bola de neve em 2014 e forçaram a desistência da equipe feminina (Abluhand/Furb/FMD) de disputar a Liga Nacional no ano passado foram ultrapassadas.

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Não totalmente, é verdade, já que o time ainda busca recursos para não ter problemas durante a participação. Mas a situação atual é bem melhor do que dois anos atrás. Suficiente para o retorno à competição mais importante da modalidade no país que inicia hoje. As blumenauenses estreiam em casa. Às 19h, elas recebem o Pinheiros-SP, no ginásio do Sesi.

A ansiedade será um empecilho para as meninas, já que o nosso time é novo. Mas acho que pode fluir durante as disputas. Os primeiros jogos serão para sentirmos em que pé estamos em comparação às outras equipes, já que não disputamos a Liga em 2015 – explica Graciano, técnico da equipe.

O objetivo inicial das blumenauenses é ficar entre os quatro primeiros colocados da chave, para garantir vaga à segunda fase. Se por um lado o clube não teve condições de fazer grandes contratações para incrementar o grupo, por outro encontrou uma forma de valorizar as atuais jogadoras. O elenco é jovem. Bem jovem. A média de idade das 16 atletas que compõem o grupo é de 22 anos, a maioria das garotas têm entre 17 e 23 anos.

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Uma das perdas mais consideráveis – porém compreensíveis – é da goleira Josinha, que engravidou do primeiro filho e não participará da Liga deste ano. Para o seu lugar foi trazida Melissa, que chega de São Paulo, e é o único reforço.

Luciana Mendoza e Manuela Pizzo, argentinas que integravam o elenco de 2014, também deixaram a cidade. Blumenau ainda negocia com a armadora paulista Mariana, mas a questão financeira é o que emperra. Para a pivô Scheyla, que disputará a sua décima Liga Nacional com a Abluhand, as equipes de São Paulo estão um passo à frente, mas o time do Vale pode crescer muito no decorrer da competição.

– Elas (as jogadores dos clubes paulistas) vêm de um campeonato estadual muito forte e como consequência em um ritmo mais intenso, mas acho que podemos evoluir bastante – afirma a jogadora que atuou em cinco dos seis vice-campeonatos de Blumenau na Liga.

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Competição terá recorde

de equipes participantes

Para dar um empurrão no desenvolvimento do esporte principalmente nas regiões Norte e Nordeste, com pouca tradição na modalidade, a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) decidiu aumentar o número de participantes e regionalizar a primeira fase da Liga Nacional para reduzir custos.

Os clubes estão divididos em três conferências (Sul/Sudeste, Norte e Nordeste) – e os clubes que avançarem já estarão automaticamente no mata-mata.

– É uma proposta diferente e transforma a segunda fase em uma Copa do Brasil, como no futebol. Tudo pode acontecer. Quem estiver melhor no dia vai vencer, independente do investimento e das jogadoras – pondera Graciano.

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