No posto, nos supermercados, no hotel, na rodoviária, na prefeitura, na agência bancária. Desde a entrada de Santa Terezinha, no Alto Vale do Itajaí, até o fim da principal avenida da cidade de 8.767 habitantes, os telefones públicos tomam conta do cenário. Somente na Avenida Bruno Pieczarka, são 20 orelhões. Todos têm de funcionar gratuitamente até 31 de dezembro por determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por falta de cumprimento de regras impostas à Oi, detentora dos aparelhos. Mas na quinta-feira, quando a medida passou a valer (são 2.020 cidades beneficiadas em todo o país), a alegria dos poucos moradores que sabiam da novidade durou pouco.

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Nas primeiras tentativas de falar com a esposa, Giovani Ratuchenski, 30 anos, se decepcionou ao usar o aparelho enferrujado em frente ao supermercado da família:

_ Não está completando a ligação. Quando atende, cai.

E foi assim nos aparelhos próximos. A ligação começava, mas terminava quando a pessoa do outro lado da linha levantava o telefone do gancho. Nem mesmo o alô era possível ouvir.

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Mas este não foi o maior empecilho para uso dos aparelhos públicos. O maior culpado foi o celular, sempre nas mãos de quem caminhava pelo Centro.

_ Nem sabia da novidade. Faz tempo que não uso orelhão. Desde que tem o celular, nem preciso mais_ contou Josmar Ceolin, 27 anos, dono de uma agropecuária.

Há dois anos, orelhões eram disputados

Na frente do Hotel Pavoski, na Avenida Gustavo Pieczarka, Lúcio Pavoski 66 anos, estava sentado ao lado de um orelhão. Dali, descartava usar o serviço. Para ele, a pequena distância entre as pessoas na cidade facilita a comunicação:

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_ Minha família mora perto. Hoje em dia, o celular tomou conta.

Mas o empresário Hugo Cezar Harbs recorda do tempo em que os orelhões eram disputados em Santa Terezinha:

_ Há dois anos, isso era comum aqui na frente do mercado. Agora, nem nós usamos mais. Temos créditos de bônus no celular.

Os quatro aparelhos que ficam na frente do mercado do empresário estão abandonados. Ao contrário desses, os três orelhões que ficam na rodoviária da cidade ainda estão amparados. Um cachorro de cor amarela faz a segurança dos telefones. E se alguém tentar chegar perto, como o repórter fotográfico do Santa Gilmar de Souza, o cão parte para cima.

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