As novas patologias da alma são cenas comuns no cotidiano moderno. A recusa em assumir as consequências de ser faltante e incompleto determina ao sujeito a insaciável busca pelo prazer eterno. Com a ilusão pós-moderna construída pelo mercado, faz-se necessária uma interrogação sobre a falta de reflexão sobre a existência e sobre as responsabilidades humanas.

Continua depois da publicidade

Lembrando Hannah Arendt, é preciso escolher a si próprio, julgar e eleger exemplos, ser responsável para com a durabilidade do mundo por meio de um agir consciente. A atividade de pensar evoca a perplexidade, buscando internamente a pluralidade dentro de cada sujeito, ou seja, uma reflexão, função essencial para determinação responsável de nossas escolhas entre o certo e o errado. Especialmente em uma sociedade de massa, em que as ações humanas são prescritas pela receita do sucesso, a (in)capacidade humana de reflexão ganha importante relevância. Mais do que boas intenções, somos responsáveis por nossos atos frente a uma ética fundamental para consideração e responsabilidade dos acontecimentos.

Com a reeducação proporcionada pela reflexão, muitas alternativas podem se impor. Conscientes de nossos limites e responsabilidades, o convencimento da convivência pacífica e tolerante poderá ser o caminho adequado à própria sobrevivência planetária. Com a compreensão crítica reflexiva, longe de um esquema único e acabado, poderemos determinar o redescobrimento do homem através de sua própria humanidade, sem fórmulas mágicas ou salvadores da pátria, simplesmente a partir do pensamento humano do próprio indivíduo. Eis o que desejamos a todos: Um Natal pensante!