A pressa das montadoras em lançar novos produtos e a necessidade de atender o aumento de demanda podem resultar em maior número de carros com defeito. Só este mês foram constatados problemas em quase 100 mil carros, e seus donos terão de voltar às concessionárias para providenciar o reparo. Ontem, a Citroën anunciou o recall de 18.186 modelos C3 e Xsara Picasso para a troca do interruptor do pedal do freio.
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– A maioria dos recalls envolve erro de projeto. Parte do problema também pode ser a pressa das empresas em lançar novos produtos, até para acompanhar a concorrência – diz o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos (Sindipeças), Paulo Butori.
Butori diz que outros fatores podem resultar em defeito de fabricação, como erro na concepção de engenharia, substituição de matérias-primas que depois não apresentam o resultado esperado, troca de ferramental na linha de produção e até problemas nas ruas e estradas do país.
– Passar com o carro em um bueiro aberto é fora de qualquer padrão.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, não vê o recall como fruto da urgência em atender consumo ou lançamento de produtos.
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– A indústria automobilística é pioneira em recalls e entende a medida como proteção ao consumidor.
O executivo afirma que os processos de engenharia e de homologação das peças para os carros são rigorosos.
– O que ocorreu nesses dias pode ter sido uma coincidência – diz.
De quinta-feira até ontem, três montadoras anunciaram recall: a GM, a Renault e a Citroën.