O Diário Catarinense entrevistou os cinco candidatos à prefeitura de Blumenau. Confira abaixo a entrevista com o candidato Napoleão Bernardes (PSDB):
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Blumenau viveu um processo traumático de troca de empresas de ônibus, o edital tá no Tribunal de Contas, o senhor tem alguma autocrítica em relação a forma como foi feita esse processo, está satisfeito?
Era a medida necessária a ser tomada, e era a medida possível, muitos municípios brasileiros hoje estão reféns de seu sistema de transporte coletivo, aqui em Blumenau a gente deu um basta e colocou um ponto final a uma história de descaso, de atraso de salários e, em fruto da falta de salário aos trabalhadores do transporte coletivo, as paralisações que eram constantes e faziam as pessoas ficarem inseguras. Então, Blumenau viveu uma realidade em que não havia salário para os funcionários do transporte coletivo e por consequência disso não se sabia se ônibus passaria ou não no ponto pra levar a pessoa para o trabalho, pra escola, para o Hospital, ou onde quer que fosse, então a gente colocou um ponto final. Blumenau tinha um problema de transporte coletivo, hoje Blumenau tem uma solução encaminhada, está no processo de resolução desse problema, obviamente a situação atual não é a ideal, porque ela é transitória, é passageira, a gente tá vivendo uma situação emergencial. Em uma semana da decisão tomada, na primeira semana, de 1100 trabalhadores que estavam sem salário, na desesperança da falta de trabalho, em uma semana passaram a ter emprego com salário garantido, inclusive com vale alimentação antecipado, que uma das condições da operação emergencial é que aqueles trabalhadores que operavam o sistema e que viviam as dificuldades do sistema, que pudessem ser admitidos, então praticamente todos os trabalhadores que estavam no consorcio Siga, amargando a falta de salário, hoje praticamente todos esses estão com o salário em dia. Em uma semana 190 ônibus estavam aqui operando, em um mês, 240, obviamente as duas primeiras semanas foram traumáticas em virtude da adaptação do sistema, qualquer pessoa parando para refletir sobre a sua vida pessoal ou sua vida privada, sua profissão, seu negócio, sempre tem uma transição de qualquer coisa na vida, tem trauma, tem adaptação, imagina num sistema de transporte coletivo com cerca de 1100 trabalhadores, cerca de 240 ônibus, e com cerca de 120 mil usuários, obviamente a adaptação traz transtornos. Depois das duas primeiras semanas, o transporte tem melhorado a cada dia. Agora, nada disso do que já evoluiu hoje chega perto do que será, porque agora tá na fase da licitação, o Tribunal de Contas mandou uma série de sugestões, apontamentos, nós nos antecipamos, mandamos antes ao Tribunal de Contas, a licitação, justamente pra eles avaliarem analisarem, com transparência total, fizemos audiências públicas, com buscas pela internet, ouvimos as pessoas, e lançado o edital de licitação, tendo resultado, a regra é que 40% dos ônibus sejam novos na largada, ou seja, sem ônibus velho assim que começar a nova operação, e até três anos para renovação de toda a frota.
Há muita reclamação sobre o estado de conservação da atual frota…
Em virtude das duas primeiras semanas, porque ficou na cabeça, principalmente de que não usa ônibus, a imagem das duas primeiras semanas, que é natural, os ônibus vêm de fora, todos um processo de manutenção, correção, mas na média, os ônibus que estão circulando hoje são mais novos do que os que estavam. Mas tem duas situações, primeiro: antes não se sabia se ia passar ônibus ou não, hoje passa, tem ônibus, e o segundo: pouco a pouco todos aqueles antigos ônibus estavam sendo recolhidos por oficial de justiça, por dívida bancária, ou seja, não se sabia se ia passar ônibus ou não e não se sabia se o ônibus seria recolhido por um oficial de justiça ou não, hoje tem ônibus, e hoje tá com muito melhor qualidade, teve as duas primeiras semanas traumáticas, e essa cena ficou na cabeça das pessoas.
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O senhor acredita que conclui neste mandado, entregando para o senhor mesmo, ou para um futuro prefeito, a licitação concluída?
Concluída não, porque é um processo de licitação bastante longo, nós fizemos audiências públicas, consultas públicas pela internet, fizemos uma minuta de edital de licitação, concluída a minuta uma audiência pública pra apresentar para a comunidade o que seria esse edital, foi pro Tribunal de Contas, o tribunal de contas analisou e voltou agora. Então agora tá na mão de uma comissão técnica da prefeitura, com contadores, procuradores, pessoal técnico do transporte, para analisar as sugestões do tribunal de contas, ver o que é possível acatar ou não, então está nessa fase de análise pela comissão interna da prefeitura. Lançado esse edital de licitação, a gente já está em setembro, é provável que não teremos o processo de conclusão dessa licitação ainda neste mandado, mas no início do próximo com certeza.
Outra questão que marcou muito o mandato, e a gente acompanha lá de Florianópolis, é a questão da localização da ponte do Centro, acho que nunca vi um debate ideológico sobre a localização de uma ponte, o que aconteceu, porque essa ponte virou uma discussão e não há obra?
Eu preferi, com relação a este tema, em virtude da polêmica que houve, arregaçar a manga e trabalhar, nesse meio tempo, enquanto tem a polêmica da localização, realizamos 12 pontes, iniciamos e concluímos 12 pontes, talvez tenha sido o mandato com a maior realização de pontes em Blumenau, que ajudam o trânsito, a mobilidade e inclusive a prevenir alagamentos, porque são mais elevadas que o nível da rua, então acabam até contribuindo no sentido de elevar o nível do rio e evitar os alagamentos. Então o nosso problema não é realizar, realizamos muitas, realizamos 12, e em relação a essa havia uma discussão com relação ao traçado, uma ponte, em primeiro lugar tem que ter um projeto de engenharia… os principais defensores desse tema hoje nos apoiam, o ex-secretário de planejamento, por exemplo, Walfredo Balistieri, que foi um dos idealizadores de uma das propostas, hoje é apoiador da nossa candidatura, porque viu o nosso jeito sério de trabalhar, não tinha votado em mim na última eleição e hoje um dos meus conselheiros nesses sistemas de mobilidade. O ex-prefeito da cidade, Felix Theiss, é especialista em planejamento urbano, não tinha votado em mim na última eleição e pelo nosso jeito sério de trabalhar hoje é um dos conselheiros nesse tema. Enfim, Blumenau não precisa de uma ou outra, Blumenau precisa de duas e mais, tanto é que fizemos 12 nesse primeiro mandato.
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Não era mais fácil fazer aquela que já tava encaminhada?
Aquela que tava encaminhada, continua encaminhada, só que ela precisava de um complemento. Nós contratamos o próprio escritório de Arquitetura e Engenharia que venceu o concurso público de desenho daquela ponte pra torná-la exequível, porque tem o projeto arquitetônico e o de engenharia, necessário para se executar, então a adequação do projeto arquitetônico está em realização com o próprio escritório que fez o projeto original, então tá em andamento, só que essa ponte precisava de um complemento porque o sistema de trânsito tem que fluir, não basta a ponte, tem que ter interligação, então a gente chama aqui de binário da República Argentina com a rua Chile, então a ponte faz um traçado chamado Rua Rodolfo Freygang a Rua Chile, a Rua Chile termina em determinado ponto, é preciso um prolongamento para fazer um binário com a rua paralela. Esse projeto de engenharia tá em execução, concluso esse projeto, vai progredir com a ponte. A segunda que foi proposta, essa era um traçado, contratamos, licitamos, executamos, só que ela também precisava ter fluidez, e ai a gente tá desenvolvendo um projeto de engenharia chamado corredor Sul, que é a melhor capacidade de vazão de trânsito do bairro Garcia, tão logo esteja concluso esse projeto do corredor sul, vai ser licitado com recursos de financiamento viabilizado junto a Caixa econômica, essa ponte pro chamado Corredor Sul e a outra vai ser licitada pelo BID, conforma o projeto inicial, com a República Argentina…
Teremos essas obras em andamento nesse segundo mandato?
Olha, os projetos de engenharia estão ficando prontos, as linhas de financiamento estão basicamente asseguradas, tem tudo pra acontecer.
O senhor sabe que essa questão da ponte do Centro lhe deu a fama de que o senhor não decide, né…
Pelo contrário.
Como o senhor vê essa fama?
Eu sou um homem democrático, eu já realizei nesse governo 77 audiências públicas, é um governo democrático, tirando os projetos do papel. Talvez, isso venha, Upiara, apesar da fama também de bom orador, na gestão é trabalhar muito e de repente até explicar menos as questões de governo, e trabalhar para realizar e fazer acontecer e tirando um a um os desafios que Blumenau tinha do papel. A questão que eu falei da Praça do Empreendedor, ninguém acreditava que podia dar certo, a gente foi lá e fez, remédio em casa, ninguém falava que podia acontecer, a gente foi lá e fez, obras que há muitas décadas eram aguardadas nos bairros, a gente foi lá e fez. E qual é a maior prova de coragem do prefeito, e que prefeito tem a condição de romper um contrato de transporte coletivo, em ano eleitoral? E que prefeito tem a coragem de tocar obra de saneamento, de esgoto, em ano eleitoral? Então, enquanto os outros falam, a gente aqui arregaça a manga e faz.
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O senhor sabe que esse ano essa eleição é diferente porque o senhor vai ser confrontado pelo que fez e não só pela expectativa. Qual é a diferença, inclusive considerando que agora, além do senhor não ser zebra, o senhor tem uma coligação mais robusta. O que muda do Napoleão de quatro anos atrás?
Olha, mantem a mesma humildade, pé no chão, sei que há muitos desafios, e até por isso sou candidato a reeleição, não sou candidato a reeleição pra dizer que está tudo 100% certo, que tudo aconteceu, avançamos muito, mas tem muito mais para avançar, e até por isso o pleito em relação a reeleição. Dos novos apoios, das pessoas que hoje nos apoiam, isso é fruto das pessoas terem percebido o nosso trabalho, terem percebido as nossas realizações, então isso acabou encorpando a nossa candidatura nesse sentido, mantendo os apoios comunitários, o apoio da população que tínhamos, somando novos apoios, pessoas que acompanharam o nosso trabalho, viram as nossas realizações, e isso nos da muita alegria nessa caminhada.
Há quatro anos o senhor prometeu um choque de gestão, conseguiu fazer?
Avançamos muito nesse ponto, primeiro dia de governo eu não encaminhei à câmara, eu sancionei. Muitos prefeitos acabam vencendo a eleição, tiram um período de férias, daí voltam para iniciar o governo, aqui acabou a eleição, no primeiro dia, começou o trabalho. No primeiro dia começamos a trabalhar na reforma administrativa, nessa reforma tivemos uma importante transição com ex-prefeito, João Paulo Kleinübing, ele encaminhou, assinou, porque ele era o prefeito de então, a minha reforma administrativa, com a visão do nosso governo, ainda no período de transição, então, como eu te disse, não foi encaminhada à câmara no primeiro dia de governo, foi sancionada no primeiro dia de governo na nossa reforma administrativa. Na largada a gente cortou quatro secretarias, entre fusões e extinções, quase 100 cargos de confiança na largada, no primeiro dia de governo e a gente tá com uma série de medidas ligadas a austeridade, contenção de custeio, muitas dessas medidas que muitas prefeituras começaram a tomar da metade para o final de 2015 nós já tínhamos começado lá em 2013, licitação ao vivo, com tempo real e áudio, o diário oficial que era impresso passou a ser eletrônico, daí tem a economia de 100 mil reais por ano, frota passamos a monitorar com GPS os veículos da prefeitura, 40% menos sinistros, diminuiu até o valor do seguro, só no combustível são 120 mil reais por ano de economia, controle rigoroso. Eficientização energética, controle rigoroso dos contratos de imóveis da prefeitura com relação a conta de luz, nós estamos ai com quase um milhão de reais de economia só nessa questão da luz, pelo programa de eficientização energética. Instituímos uma estrutura que hoje associações ligadas a entidades empresariais tem vindo conhecer para se inspirar – empresas tem vindo conhecer para se inspirar na Prefeitura, que é o CIAD, a Central Integrada de Armazenagem e Distribuição, que faz a logística da distribuição de tudo que a Prefeitura compra, só nisso evitamos sobreposição, com sinergia, com ganho de escala, só em economia de 800 mil reais por ano, transparência total, acompanhamento permanente do observatório social, por estímulo, por incentivo da própria Prefeitura e em virtude disso, agora no dia 21 de setembro, que coincidentemente é o dia do meu aniversário, o CFA, o Conselho Federal de Administração, e eu sou advogado, estão nos reconhecendo como o gestor público do ano, num prêmio chamado Guerreiro Alves, que é um prêmio que eles tem por reconhecimento de personalidades da administração que atuam na gestão pública, raro alguém não formado em administração receber esse reconhecimento, então hoje o CFA vai homenagear um advogado pelas suas práticas de gestão, principalmente pelo valor da transparência, do aproveitamento de administradores públicos em cargos de confiança, as vezes as pessoas questionam o preenchimento desses cargos de confiança, nós temos muitos cargos absolutamente técnicos em cargos de confiança, nós recebemos um prêmio da ESAG…
O senhor não conseguiu se livrar das indicações políticas…
Todos tem, agora, o nosso grau, a nossa proporção, é muito restrita, porque vem a indicação política desde que tenha o perfil técnico para aquela função, esse é o nosso compromisso e isso a gente tem feito.
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Me chamou a atenção no seu plano de governo que o senhor fala em fazer um site de transparência a divulgação dos comissionados com lotação, função… isso não poderia ter sido feito?
A gente avançou muito na área da transparência, agora não dá pra fazer tudo do dia pra noite num passe de mágica ao mesmo tempo, hoje nós recebemos prêmio da transparência pelo Observatório Social Nacional, nós recebemos primeiro lugar de duas práticas da UDESC/Esag pela nossa política de transparência, nós temos avanços extraordinários nessa área, ora, sempre tem que avançar, obviamente que tem, e por isso o segundo mandato.
O senhor falou da transição de mandato negociada com o ex-prefeito, foi exatamente nesse período que estourou a Operação Tapete Negro. O que vocês fizeram para situações como aquela se repitam?
Bom, esse é um processo que ainda está em julgamento, ainda está em análise pelo Poder Judiciário, agora, de qualquer modo, todo esse choque de transparência que a gente viabilizou ao longo do primeiro mandato, isso por si só nos traz controle social, mais olhos, pessoas mais atentas, adotamos uma série de medidas, ainda na linha da transparência, por exemplo, fila única, a gente tem um sistema de pavimentação de ruas em que a comunidade também participa de algum modo, a gente chama esse sistema de mutirão, então esse sistema tá todo na internet pelo sistema da transparência. O acesso às vagas da educação infantil, tudo pelo portal da transparência, sem fura-fila, sem jeitinho, fazendo a coisa certa do jeito certo, com certeza todo esse aporte nos permitiu aí ter uma gestão que hoje é reconhecida até fora de SC pelas boas práticas de gestão que têm.
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Uma coisa que permeia todas as disputas municipais é a questão de que falta dinheiro. A arrecadação do município vem caindo todos tão com um cenário muito difícil pela frente, como é que o senhor, se reeleito, está se preparando para isso e onde é que está faltando esse dinheiro, o que vocês estão cortando para fazer continuar funcionando?
A gente tem apertado no custeio, eu criei um comitê gestor de gestão de despesas que passa a lupa onde eventualmente haja gordura para cortar, apertando muito o cinto, mas como eu disse a gente se antecipou a crise, de algum modo a gente anteviu a crise e a maior parte das medidas que foram tomadas pela maior parte das prefeituras em 2015 pra frente a gente já tomou desde o primeiro dia de governo, então essa questão de redução de secretarias nós fizemos lá atrás, a questão de corte de cargos de confiança nós fizemos lá atrás, uma série de medidas de gestão, como eu citei, que geram economia, a gente começou lá atrás e isso vem dando folego pra que nós conduzíssemos Blumenau nessa travessia de turbulência sem sobressalto, então hoje nós temo uma realidade do Brasil que muitos governos do estado, muitas prefeituras até tem dificuldade até pra pagar salário e nós…. Blumenau não enfrenta esse tipo de dificuldade, não há risco de não pagar salário? Todas as prefeituras têm, desafios e dificuldades, nós também temos, mas estamos passando por essa turbulência, conduzindo Blumenau nessa travessia sem sobressalto, mantendo as coisas em dia, antecipamos inclusive agora a metade do décimo terceiro para os servidores públicos, isso demonstra pulso firme na condução da gestão, austeridade, agora, o desafio do controle do custeio é um desafio permanente, seja na casa das pessoas, seja na empresa, ou na administração pública.
Uma coisa que me chamou a atenção no seu plano de governo é que há menção a diversas de infraestrutura e em todas elas a mesma frase “buscar recursos junto ao governo estadual e federal”. O que dá para fazer com o dinheiro próprio?
Os serviços essenciais: saúde e educação. Na área da educação, por exemplo, a gente já investiu aqui nesses três anos e meio de gestão, quase meio bilhão de reais. Na saúde, só no excedente os municípios tem que aportar 15% do que arrecadam na área da saúde, nós em Blumenau estamos investido 24,25% do orçamento na área da saúde, só no excedente são 153 milhões de reais a mais, agora, quando se fala em buscar recursos, na realidade do Brasil de hoje, na verdade é dinheiro nosso, é busca justiça, proporcionalidade, é buscar o que é da cidade. Porque aqui, em Blumenau, assim como em outras cidades, Blumenau é uma cidade rica, agora o recurso de impostos, majoritariamente fica no governo federal, boa parte no Estado, a menor parte fica aqui, então é buscar, como nós temos buscado, lutando sempre por isso, justiça, proporcionalidade, nessa redistribuição.
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Como está a relação com o Governo do Estado, o senhor está satisfeito com o que vem para cá?
Obviamente todo prefeito, representando o anseio da sua cidade, sempre deseja mais, isso é absolutamente natural. Agora o governador Raimundo Colombo tem sido um governador parceiro, tem sido um governador que ouve e tem buscado, dentro das suas condições, auxiliar os municípios naquilo que pode. Também o Estado passa menos, né SC em virtude da capacidade de gestão que tem, tem sofrido menos os efeitos da crise do que outros estados, mas também passa por muitas dificuldades, mas com certeza dentro das suas limitações, o que pode o governador tem auxiliado a nossa cidade e o próximo desafio em termos de governo do estado, além dos recursos sempre necessários, é o próprio desafio da segurança que todos os municípios clamam, em Blumenau não é diferente.
No seu plano de governo chama a atenção a questão do Centro de Convenções. Há recursos para fazer, como vai viabilizar essa obra?
A prefeitura fez o projeto de engenharia com o resultado da Oktoberfest, nós viabilizamos o projeto e estamos articulando junto ao governo do estado a busca dos recursos financeiros para a execução dessa obra, são cerca de 12 ou 15 milhões de reais.
Que tipos de eventos Blumenau espera captar, até porque temos BC aqui próximo, mesmo Florianópolis, que são cidade com as quais Blumenau vai competir…
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Na verdade não é competição, é soma, porque nós nos vocacionamos num nicho muito específico, que são os eventos de porte médio. Florianópolis, BC tem disputado os grande eventos, mas, no Brasil, cerca de 80% dos eventos tem até 1000 participantes, que são os de porte médio, esse são os que Blumenau tem toda a condição e tem captado. Nós temos a Vila Germânica, agora com um setor a mais, que nós viabilizamos sem nenhum centavo de dinheiro público, que é o setor Eisenbahn Biergarten, que é uma parceria público privada altamente inovadora, pioneira, pelo direito ao uso do nome, nós viabilizamos com recurso 100% privado um setor a mais na Vila Germânica. Hoje a Vila Germânica é tida como o melhor espaço do Brasil para eventos de ponte médio, mas nos falta um centro de convenções, então, um centro desse porte nos credencial e nos condiciona a buscar mais eventos: congressos, seminários. Hoje nós temos um bom espaço para feiras de porte médio e com o centro a gente consegue fechar 100% dessa cadeia que são os seminários, os congressos, adicionando ao bom espaço que a gente tem na Vila Germânica, então a gente se torna muito competitivo no Brasil na busca desses eventos de porte médio, não conflitando de modo nenhum com Florianópolis e com BC, pelo contrário, fazendo com que o Estado tenha opções para todos os perfis de eventos.
E a questão da revitalização do Aeroporto através de parceria público privada, o modelo já tá desenhado, o que o senhor pretende fazer ali?
A gente tem uma relação de muita parceria, muito diálogo, com o Aeroclube de Blumenau. O nosso Aeroporto tem uma questão social importante também porque há uma referência nacional em termos de transplantes, e o Aeroporto passa a ser uma condição estratégica, e a aviação que mais tem crescido no mundo é a aviação executiva, e aí Blumenau no seu Aeroporto tem esse potencial, tem essa condição da aviação executiva, então é preciso dar mais condição estrutural para ele, é preciso recursos, então nós vamos atrás de parcerias público-privadas como fizemos na Eisenbahn Biergarten, por exemplo, temos um histórico exitoso com PPP e o próximo desafio é o Aeroporto.
Quatro anos depois, o que o senhor acha que marca a gestão Napoleão?
Amadurecimento, ao longo desse tempo nós fomos forjando o nosso amadurecimento com base no trabalho, muita seriedade, muita transparência, e com certeza hoje toda essa experiência, esse amadurecimento, vai nos dar condições de com certeza realizar ainda mais.
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E tem algo que tenha frustrado pelo senhor não ter conseguido fazer nesses quatro anos?
Olha, a vida de gestor público é de realizações e de frustrações, porque no coração, na alma de cada um de nós, o desejo é sempre realizar mais, é como na casa, ou é como na nossa vida pessoal, a gente sempre quer muito mais, mas é degrau a degrau, assim é na gestão pública, especialmente no período em que a gente geriu. Quantos prefeitos que poderiam ir a reeleição não vão, nesse cenário atual? Porque a conjuntura econômica foi muito desastrosa para os municípios coincidentemente nestes nossos mandatos, e aqui a gente tá de cabeça erguida, com a consciência tranquila, com humildade pra reconhecer que tem muito mais por fazer, mas com consciência tranquila que muito foi feito nesse momento que é um momento difícil na história do Brasil, com certeza as pessoas vão ter essa compreensão e vão nos permitir então um segundo mandato de muita realização.
O senhor chegou a cogitar não concorrer a reeleição também?
Nunca passou pela minha cabeça até porque, o disputar a reeleição é, na minha concepção, é uma oportunidade, um dever até, de prestação de contas, porque durante o mandato a gente trabalha, trabalha pra dar resultado e nem sempre consegue demonstrar as pessoas aquilo que tá fazendo, realizando, então hoje, com certeza, ao longo do processo eleitoral, muitas pessoas tem muito mais conhecimento das ações de governo e vão tem muito mais informação até o fim da eleição do quanto foi realizado nesse período, porque se realizou muito. Num Brasil que se fecha para o serviço público e que mal e mal se paga salário, portanto não se faz mais nada, aqui portanto a gente tem essas obrigações em dia, ampliando o serviço públicos, avançando em serviços públicos, com obras, com realização, com ação em todos os bairros, e a reeleição então é a oportunidade de demonstrar a essas pessoas. Como eu disse, reconhecendo que tem muito pra avançar, mas consciente de que muito foi feito e na segunda oportunidade nós vamos avançar bastante mais.
O senhor trocou de vice, que papel que o senhor espera para o Mário e o que faltou para o Jovino?
Minha relação pessoa com o Jovino é bem bom, é um homem trabalhador, foi do desejo dele voltar para câmara de vereadores, ele tem mais pré-disposição, mas desejo pela área legislativa, então foi uma relação pessoal sem desarmonia, e ai, dado o desejo do vice-prefeito de disputar a eleição de vereador, retornando ao legislativo, que é onde ele mais pré-disposição… Numa coligação contrária a sua… Bom, por opção partidária, na janela partidária ele tinha uma dificuldade de legenda, foi a legenda que o abrigou, mas a nossa relação é de respeito pessoal. E o Mário, considerando esse caso de Blumenau quase único de que o vice-prefeito não ganha salário… O Mário é uma pessoa super preparada, é administrador, especializado em contabilidade, formado em serviço social, tem experiência na área privada, experiência na área pública, foi secretário de assistência social por duas gestões, foi vereador por dois mandatos, ou seja, é um super qualificado, super experiente para governar ao meu lado, o que menos me preocupa vai ser a atribuição dele, porque ele trabalhar ao meu lado e vai conduzir a gestão junto comido, pela importante qualificação, pela história de credibilidade ética que tem, com certeza vai ser uma força muito importante a somar esforço junto com a gente na construção do melhor para Blumenau.