Está na hora de escrever sobre futebol novamente, mas estou redigindo este texto num dia triste, na eliminação do Brasil da Copa do Mundo. Mas tem uma forma do nosso time seguir na competição: no videogame. Não sou grande jogadora do futebol virtual, mas gosto de bater uma bola quando me empolgo com alguma competição no mundo real.

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Na Copa do Mundo masculina, o FIFA 23 estava em promoção e eu peguei, já com a promessa de que haveria a atualização para a competição deste ano. E foi cumprida, inclusive com as escalações, sem Fran Kirby, Beth Mead e Leah Williamson na Inglaterra, por exemplo.

Se você viu a final da Eurocopa, virou fã da inglesa Chloe Kelly (Reprodução/FIFA 23)

No modo da Copa do Mundo Feminina, dá para você escolher o seu time e partir para levantar o caneco. Eu gosto de vários, o que eu uso para brincar com alguns amigos meus que pegam no meu pé por eu torcer para alguém além da seleção brasileira.

Contudo, no mundo virtual você pode escolher os times à vontade. Para testar o quanto as seleções são diferentes entre si, joguei com Brasil, Colômbia (após a partida incrível contra a Alemanha), Canadá (que já foi embora) e meus queridinhos Inglaterra e Suécia.

Os times se comportam de forma diversa. E o FIFA 23 não pensa tão bem do Brasil. Levei sufoco para vencer a França, por 2×0, na dificuldade semiprofissional, que é a mais alta na qual eu tenho paciência para jogar. E foi goleada total com Inglaterra, Suécia e Canadá (errou aí, FIFA!).

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Poxa, Tamires, torci tanto! (Reprodução/FIFA 23)

E a Lucy Bronze, da Inglaterra, meus amigos, que jogadora apelona. Corre como se tivesse tomado cinco litros de café. E corre muito mais do que qualquer uma em campo. Eu poderia sair com ela da defesa e fazer o gol sem passar a bola para ninguém. Mas acho que tem que ter um mínimo de realismo, né, e não faço isso.

A graça de um FIFA numa Copa é que você pode escalar o time e mudar o esquema tático como quiser. Eu cansei da Debinha não passar a bola na vida real, então a deixo no banco. E gosto de um 4-3-3. Botei a Geisy, a Gabi Nunes e a Adriana no ataque. Mesmo assim, passei sufoco para vencer.

Com a Inglaterra, joguei antes do 6×1 contra a China, então estava sem fé na Russo e Hemp. Deixas essas no banco, coloquei a Lauren James, a Daly e a Chloe Kelly na frente, e foi sucesso.

Não consigo jogar FIFA por muito tempo. Fico cansada porque é sempre a mesma coisa, um retângulo verde representando um gramado e o mesmo objetivo de chutar a bola no gol. Depois que eu ganho um campeonato, não tenho muito mais ânimo para continuar jogando, só quando tiver uma Olímpiada ou outra Copa.

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Vai ser gol da Fridolina! (Reprodução/FIFA 23)

Se FIFA 23 me divertiu no modo Copa do Mundo, eu também tenho críticas. Gente, os gráficos desse jogo são muito abaixo do que é esperado para a geração atual, não? Pense em um Ratched & Clank: Rift Apart ou Diablo IV. FIFA 23 parece do PS4. E sei que ele também saiu para esse console, mas eu comprei a versão do Xbox Series X.

E algumas jogadoras não parecem nada com as da vida real. As colombianas mesmo, poxa vida. A Mayra Ramírez é quase uma versão mutante da Ingrid Engen, da Noruega. A Fridolina Rolfö, da Suécia e campeã da Champions com o Barcelona, é uma loira genérica por acaso?

Não criticaria tanto se fosse um jogo independente, mas é um dos jogos mais vendidos sempre, todos os anos, e movimenta dinheiro pra caramba com microtransações duvidosas. Não dava para fazer uma captura de rosto de todas as jogadoras da Copa? Não dava para atualizar o penteado da Alex Greenwood, da Inglaterra?

A verdade é que não temos muitas alternativas. Nunca testei o eFootball, mas acredito que eles não tenham a licença da Copa do Mundo Feminina. Sendo assim, a gente se diverte com o FIFA mesmo. E aguardemos se vai mudar muita coisa com o próximo jogo, que não vai ter mais a licença da federação.

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