No embate de técnicos, o Figueirense levou a pior

O estilo de comando é parecido, ambos gostam de times pegadores, de forte marcação e rapidez no contra-ataque. Ontem, Argel Fucks, técnico do Figueirense, e Luiz Felipe Scolari, técnico do Palmeiras, mediram forças na Arena Barueri e o resultado deste confronto foi amargo para a torcida alvinegra.

Após dominar boa parte do jogo e sair na frente, o Figueira tomou a virada, perdeu o jogo por 3 a 1 e encostou de vez na porta da zona de rebaixamento. Para piorar, o time viu o adversário comemorar o primeiro triunfo na competição e respirar mais aliviado. Era tudo o que Argel queria e que, de uma maneira cruel, não foi possível por causa de erros pontuais. É o momento de acordar sob pena de, na próxima rodada, a equipe entrar no temido Z-4.

O que fez Felipão

A estratégia

Em posição delicada na tabela de classificação, o técnico Luiz Felipe Scolari escalou um time misto para a vencer a primeira no Brasileiro. Apenas o meia Daniel Carvalho, o zagueiro Mauricio Ramos e o atacante Barcos, que são considerados titulares, entraram em campo. Sem entrosamento, a equipe sentiu a pegada do Figueirense e chegou pouco ao ataque. A rigor, só teve uma boa chance, aos 21, quando Maikon Leite tabelou com Barcos e, na frente de Wilson, chutou para fora.

Bola parada

É do conhecimento de todos de que os times treinados por Felipão costumam explorar com muita qualidade os chamados lances de bola parada. E, diante do Figueira, não foi diferente. Na única chance que teve na primeira etapa, o Palmeiras conseguiu balançar a rede. Aos 37, Maikon Leite cobrou escanteio pelo lado esquerdo, o zagueiro Roman cabeceou livre, a bola desviou em Doriva e entrou.

Reação

Se no primeiro tempo o Palmeiras parecia acuado, sem penetração na área alvinegra, na etapa final, a equipe paulista foi para cima do Figueira. Em dois lances, aos seis e sete minutos, respectivamente, o atacante Barcos deu chutes perigosos e Wilson defendeu. O posicionamento da equipe também mudou e os meias ficaram mais próximos dos atacantes.

O nome do jogo

Quando Felipão colocou Valdivia em campo, na metade do segundo tempo, o Palmeiras foi para o tudo ou nada. Para a alegria de Felipão, o time passou a atacar de forma mais contundente e, em dois lances, construiu a vitória. O nome do jogo foi o atacante Maikon Leite, que fez a cobrança de escanteio no gol de Barcos e marcou o terceiro, no contra-ataque, três minutos depois.

O que fez Argel Fucks

A estratégia

Sem vencer há cinco jogos, Argel armou o time no sistema 4-4-2, com o volante Coutinho improvisado na lateral-direita, Doriva na vaga de Ygor, que se transferiu para o Inter, e Fernandes no lugar de Almir, que ficou de fora por estar machucado. Na frente, o técnico alvinegro deixou Caio livre para puxar os contra-ataques e Julio Cesar dentro da área para concluir as jogadas.

O caminho do gol

O início foi promissor. Com dois minutos, Guilherme Santos levantou a bola na área e Botti, livre de marcação, quase concluiu o lance. Aos 12, Julio Cesar lançou Fernandes e o meia alvinegro pegou mal na bola. Depois, aos 24, Doriva cruzou na área e Caio, pressionado pela marcação, cabeceou pela linha de fundo. A insistência deu resultado. Aos 31, Guilherme Santos cruzou a meia altura e Julio Cesar, de meia-bicicleta, marcou um golaço.

Mudanças

Após sofrer o gol de empate, o Figueira manteve o domínio no meio-de-campo, com toques rápidos e jogadas bem trabalhadas. Mas viu a situação mudar completamente na etapa final. O time de Argel não conseguiu repetir a mesma atuação dos 45 minutos iniciais, com marcação forte e saídas rápidas, e o adversário cresceu. Para voltar a ter o domínio, Argel trocou Fernandes por Ronny e Botti por Pittoni. Mais tarde, colocou Aloisio no lugar de Caio.

Desatenção

Com o trio Ronny, Aloisio e Julio Cesar em campo, o Figueira melhorou o rendimento ofensivo e até criou boas chances para marcar. Mas foram dois erros defensivos que determinaram a derrota alvinegro. Primeiro Guilherme Santos não alcançou a bola em uma cobrança de escanteio e Barcos virou o placar. Depois, Anderson Conceição deu condições de jogo para Maikon Leite e o atacante palmeirense matou o jogo. Dois lances de desatenção que custaram caro para o Alvinegro.