Criado em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), o Dia Mundial do Câncer é lembrado nesta terça-feira, 4 de fevereiro. Marcado por ações por todo o mundo, a campanha deste ano, cujo slogan é “Derrube os mitos!”, tem o objetivo de disseminar o conhecimento sobre os vários e diferentes tipos de tumores malignos e derrubar preconceitos a respeito da doença.
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Exames para diagnosticar o câncer
O primeiro mito, segundo a campanha, é o de que não se deve falar sobre o câncer, o segundo, de que câncer não tem sintomas ou sinais. O terceiro mito a ser derrubado é o de que não há nada que se possa fazer contra a doença.
De acordo com o coordenador de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Claudio Noronha, o desconhecimento é um dos maiores vilões na luta contra a doença que, a cada ano, provoca cerca de 8 milhões de mortes no mundo.
– A falta de conhecimento e o medo causam verdadeiras barreiras para o tratamento. Por isso, o conhecimento é um elemento importantíssimo para o controle do câncer e essa campanha é muito válida – comentou.
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O médico ressaltou que metade dos cânceres pode ser evitada com mudanças no estilo de vida, como é o caso do tabagismo. A obesidade é outro fator de risco, que pode ser prevenido com boa alimentação e atividade física. Além disso, o uso do protetor solar pode evitar o câncer de pele.
– Apenas 10% a 15% do total dos cânceres são de causa hereditária. A maior parte da incidência está ligada ao ambiente, ao estilo de vida. São coisas que agridem seu organismo a vida inteira e você acaba perdendo a batalha para essa agressão – esclareceu Noronha.
O quarto e último mito abordado na plataforma da campanha é o de que muitos não têm direito a tratamento. A organização garante que todos têm esse direito, mas admite que, na prática, as injustiças sociais impossibilitam que milhões de cidadãos tenham acesso aos tratamentos por serem pobres.
Tipos mais incidentes da doença no país
No Brasil, os tipos da doença mais incidentes são na próstata, em homens, de mama, reto, cólon e colo do útero, nas mulheres. No caso da mama, há várias formas de prevenção como vida saudável e exames periódicos, como a mamografia.
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A ginecologista Maria José de Camargo, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, lembra que no caso do câncer de colo de útero cabe às mulheres se cuidar. Isso pode evitar que o Brasil tenha 16 mil novos casos diagnosticados desse tumor maligno em 2014, como prevê o Ministério da Saúde. Esse tipo de câncer é o terceiro mais frequente na população feminina, perdendo apenas para os de mama, cólon e reto.
– O câncer pode ser prevenido, se você tiver um bom rastreio. É de evolução muito lenta, pode levar mais de uma década, então se você identifica na mulher lesão pré-maligna, no preventivo, também conhecido como Papanicolau, e se essa mulher for bem avaliada e tratada, ela tem menos de 5% de chance de desenvolver o câncer de colo de útero. Se a mulher não se tratar, as chances de cura são de 30% – disse a ginecologista, acrescentando que o alto número de casos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, reflete uma situação de subdesenvolvimento econômico.
Para Maria José, uma das estratégias para o combate da doença é a busca ativa, em que laboratórios ou médicos entram em contato com as mulheres cujo exame preventivo apontou pré-câncer. Outra iniciativa importante, citada pela médica, é a do Ministério da Saúde de incluir na rede pública a vacina contra alguns tipos de HPV para pré-adolescentes, de 11 a 13 anos, responsáveis por mais de 70% dos casos de câncer de colo de útero. A vacinação começa no dia 10 de março.
Dicas para se proteger do câncer
Alimentação saudável protege contra o câncer: deve ser variada, equilibrada, saborosa, respeitar a cultura e proporcionar prazer e saúde. Frutas, legumes, verduras, cereais integrais e feijões são os principais alimentos protetores.
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Pratique atividades físicas como parte da rotina diária: a atividade física consiste na iniciativa de se movimentar, de acordo com a rotina de cada um. Algumas alternativas são caminhar, dançar, trocar o elevador pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar da casa ou do jardim.
As mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo ginecológico a cada três anos: tão importante quanto fazer o exame é saber o resultado e seguir as orientações médicas.
Evite exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h: use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios. Se for inevitável a exposição ao sol durante a jornada de trabalho, use chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.
(Fonte: Inca)