Nos momentos de dor e angústia, é comum pensar que não há saída, que ninguém se importa ou mesmo que buscar ajuda é muito caro. Mas em Blumenau há opções gratuitas de apoio a pessoas que enfrentam depressão ou que pensam em tirar a própria vida. E essas informações são importantes tanto para quem está sofrendo, quanto para quem está vendo alguém passar por momentos difíceis.

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No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o Santa conversou com profissionais que integram essa rede de apoio para detalhar os passos que as pessoas devem fazer para vencer a depressão ou os pensamentos de tirar a própria vida. E os sinais de que alguém próximo precisa de ajuda podem ser sutis, mas nem por isso devem passar despercebidos por familiares ou amigos.

— Sempre é importante ouvir a pessoa. Não podemos deixar de falar sobre o assunto, se a pessoa verbalizar algo nesse sentido, a gente precisa conversar para entender como ela está se sentindo e o motivo de estar dessa forma. E se ela não buscar ajuda por conta própria, é o momento da família apoiar e procurar algum meio médico — explica Deisi Maria Sedrez Theiss, supervisora dos serviços de atenção psicossocial de Blumenau.

A recomendação dos profissionais é que as pessoas com depressão procurem a rede básica de saúde municipal, em um posto de saúde ou ambulatório geral. Elas serão acolhidas por enfermeiros e atendidas por um médico, que faz uma avaliação e decide se o paciente precisa de acompanhamento psicológico no ambulatório geral ou se é necessário encaminhar para o Serviço de Avaliação em Saúde Mental.

Se optar pela segunda opção, o paciente terá um horário agendado com a equipe de psiquiatras, enfermeiros e psicólogos. Em alguns momentos é possível reverter o quadro nesses atendimentos. Se a situação ficar mais grave pode ser necessário encaminhar a pessoa para o centro de atenção psicossocial adulto (CAPS II), onde será definido um plano terapêutico de atividades, sem necessidade de internação, com uma equipe multiprofissional.

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Ainda há outras duas unidades do centro de atenção psicossocial: o CAPSi, que atende crianças e adolescentes, e o CAPS AD, que acolhe pessoas envolvidas com álcool e drogas. Nesses locais há atendimento de "porta aberta", no qual as pessoas podem procurar o serviço sem a necessidade de encaminhamento prévio.

Hospitais também prestam apoio

Em casos mais graves, quando há algum surto ou tentativa da pessoa tirar a própria vida, a recomendação médica é que o paciente seja encaminhado para o Hospital Santo Antônio, que referência e tem leito hospitalar de internação pelo SUS. O atendimento nesses casos é prioritário, de forma o paciente logo é acolhido e recebe os devidos cuidados médicos.

Quem procurar o Hospital Santa Isabel também receberá atendimento. A psicóloga Josenaide Chiarelli, que trabalha na unidade, explica que o paciente será acolhido por psicólogos ou enfermeiros. Após o atendimento, há avaliação sobre o estado de saúde da pessoa, que pode ser encaminhada para tratamento psicológico ou psiquiátrico nos ambulatórios gerais, acompanhamento no CAPS ou internação no Hospital Santo Antônio.

— A avaliação psicológica que fazemos é importante porque às vezes o paciente não abre tudo com um familiar. E a gente como profissional consegue ir na fonte da situação para descobrir aquilo que as pessoas guardam numa caixinha de sete chaves. Temos que verificar se essa é uma questão de dependência química, se é uma questão social, se é uma questão de uma doença, então há várias possibilidades para direcionar essas pessoas — explica.

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O atendimento anônimo e acolhedor do CVV

Ao ligar 188, não se sabe quem vai encontrar do outro lado da linha. Mas a voz inesperada e anônima pode, muitas vezes, criar o ambiente necessário para que a pessoa consiga contar detalhes das suas dores, problemas e aflições. Esse é o serviço prestado pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), que apenas no ano passado atendeu 18,7 mil ligações em Santa Catarina.

O atendimento é voluntário, então a entidade depende do interesse das pessoas para conseguir atender a grande demanda de ligações. Uma oportunidade de ajudar o CVV será no dia 29 de setembro, quando haverá um curso gratuito para formação de novos voluntários. O treinamento será na sede da entidade, na Rua Professor Luiz Schwartz, 169, no bairro Velha.

A voluntária Zita Darugna explica que todas as pessoas podem se inscrever pelo site ou e-mail blumenau@cvv.org.br e que essa será a última seleção deste ano. Quem se identificar com a causa e quiser continuar poderá iniciar o estágio, que envolve um trabalho de capacitação que dura dez encontros de três horas cada uma vez por semana.

— Precisamos muito aumentar o número de voluntários porque a demanda é grande. As pessoas que precisam conversar e desabafar são muitas, mas ainda somos poucos voluntários atendendo — lamenta.

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Como buscar ajuda em Blumenau?

CVV Blumenau

R. Prof. Luiz Schwartz, 169 – Velha

Atende 24h por dia

e-mail: blumenau@cvv.org.br

Telefone: 188

Serviço de Avaliação em Saúde Mental (SAS)

Rua Uruguai, 162 – Ponta Aguda

Atende das 8h às 12h e das 13h às 17h

Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi)

Rua Alfredo Gunther, 73 – Vila Nova

Atende das 7h às 18h; sextas das 7h às 17h.

e-mail: capi@blumenau.scgov.br

Centro de Atenção Psicossocial Adulto (CAPS II)

Rua Norberto Seara Heusi, s/n – Escola Agrícola

Atende das 7h às 18h; acolhimentos das 08h às 11h30 e 13h às 17h.

e-mail: caps@blumenau.sc.gov.br

Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD)

Rua Hermann Hering, 766 – Bom Retiro

Atende das 7h às 19h para atendimento ambulatorial e das 19h às 7h para hospitalidade

capsad@blumenau.sc.gov.br

Ambulatórios gerais da Itoupava Central, Fortaleza, Badenfurt, Ponta Aguda, Escola Agrícola, Velha Central e Progresso, além dos postos de saúde. Os hospitais Santa Isabel e Santo Antônio também fazem o acolhimento, principalmente em casos mais graves.

Como ajudar?

Curso gratuito para novos voluntários do CVV

Data: 29/09/2019 – domingo

Horário: 8h às 19h

Local: R. Prof. Luiz Schwartz, 169 – Velha

Inscrições: cvv@blumenau.org.br