Depois de me encantar com as apresentações no palco, chegou a vez de sentir o frio na barriga. Quando recebi o convite da editora na redação, consegui imaginar futuros desastres acrobáticos. Mas como todo aspirante a jornalista que preza pela curiosidade, não tive outra saída.

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Uma vez que o desafio foi aceito, chegou o dia de finalmente tentar e celebrar em grande estilo o Dia Mundial da Dança. Confesso que não imaginava que, após 13 anos, pisaria novamente na sala da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil para arriscar alguns passos. Impossível não mergulhar na nostalgia, que permeava no turbilhão de pensamentos.

Na época, buscava conseguir uma vaga como aluna na escola. E graças à reprovação, descobri que minha carreira poderia caminhar pela dança – mas na observação e no relato. E por isso, estou aqui.

A aula de balé clássico foi ministrada pelo professor Maikon Golini e contava com uma pluralidade de pessoas, com idades distintas e a maioria com pouquíssima noção ou experiência no balé, assim como eu. Ufa. Antes de iniciarmos a aula, recebemos a orientação para ficarmos descalços.

Todos os alunos – sim, no masculino, pois havia dois bravos representantes que ousaram aprender balé – colocaram-se em frente às barras – e iniciamos a aula. O ritmo de aprendizagem é lento, exige concentração e controle do corpo.

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– Una os pés pelo calcanhar, estique os dedos no chão e estique as pernas -, dizia o professor pacientemente, enquanto meu corpo buscava frenteticamente coordenar as ações.

Parece fácil, mas, acredite, não é. Plié, grand plié e cumprimento soavam impossíveis à primeira explicação do professor, mas a tentativa era válida e me garantiu boas risadas – de mim mesma, é claro.

E para uma estagiária e repórter de tantas pautas sobre a escola, a experiência contribuiu de maneira divertida e valiosa para além do texto. É, a estagiária dançou!