No terceiro dia do cessar-fogo, as forças sírias bombardearam durante uma hora dois bairros da cidade de Homs neste sábado, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Seis civis foram mortos. O bombardeio ocorre no mesmo dia em que o Conselho de Segurana da Organização das Nações Unidas pretende votar um projeto para o envio de observadores a Damasco.
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De acordo com o OSDH, os bombardeios nos bairros de Jurat al-Shaya e Al-Qarabis não provocaram vítimas. Durante os meses anteriores à trégua, Homs, a terceira maior cidade do país, foi violentamente bombardeada, principalmente o bairro de Baba Amr, um reduto dos insurgentes que foi recuperado pelo Exército em 1º março, após um mês de ataques incessantes.
Apesar do cessar-fogo, nos últimos dois dias, morreram 18 pessoas, em sua maioria civis, mas o número é inferior à média diária dos últimos meses, que era de dezenas de mortos a cada dia.
Dezenas de milhares de sírios protestaram na sexta-feira em todo o país para testar o compromisso do regime de Bashar al-Assad de respeitar o plano de paz do emissário internacional Kofi Annan. O Exército abriu fogo contra os manifestantes e matou quatro pessoas no país.
Os 15 países membros do Conselho de Segurança da ONU votarão neste sábado em Nova York um projeto de resolução para autorizar o envio de observadores responsáveis por supervisionar o cessar-fogo. De acordo com a diplomacia russa, o países estão praticamente de acordo sobre o projeto de resolução.
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“Os membros do Conselho de Segurança da ONU praticamente chegaram a um acordo sobre um projeto de resolução para o envio à Síria de uma missão de observação da ONU”, afirma um comunicado do ministério russo das Relações Exteriores.
O projeto de resolução que deve ser votado em Nova York autoriza o envio de observadores à Síria para verificar o cessar-fogo, após as difíceis negociações entre russos e ocidentais. O plano do emissário internacional Kofi Annan para a Síria prevê, além do fim da violência, o direito de manifestação pacífica e um diálogo entre a oposição e o governo. As negociações no Conselho examinaram “uma versão revisada” do projeto de resolução apresentado pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha, que competia com outro apresentado pela Rússia, um aliado de Damasco.