Mineirinho não precisou comer tão quieto assim para chegar à final da segunda etapa do campeonato mundial de surfe, em Bells Beach, na Austrália. Apesar da demonstração de um condicionamento físico de dar inveja, uma força incomum e muita fluidez nas ondas desde as primeira baterias, o paulista de Guarujá não conseguiu tocar o sino da praia pela segunda vez.
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Em uma bateria que terminou empatada na soma de ondas, o australiano Mick Fanning levou a melhor no critério de desempate (nesse caso, vence o atleta que tem a nota mais alta dentre as duas ondas melhores surfadas). O primeiro trunfo de Adriano de Souza nesta etapa havia sido em 2013, quando venceu o californiano Nat Young na final.
Depois do tropeço na primeira bateria do evento, o desempenho de Adriano de Souza seguiu uma crescente, incorporou solidez, e as vitórias foram incontestáveis até a final contra o tricampeão mundial Mick Fanning. Nos 35 minutos de bateria, Mineirinho foi mais ativo, estava com mais fome de ganhar. Depois de um começo morno dos dois surfistas, Adriano manteve um ritmo intenso. Na primeira onda, sem nenhuma manobra de radicalidade, fez um 3.50 para abrir os trabalhos da bateria. A segunda onda da final também foi de Adriano. Em uma onda intermediária, o surfista intercalou carvings com dois bons ataques no lip. Um 6.33.
Fanning só acordou faltando 15 minutos para o fim. Mas foi um início surpreendente. Com um lay back e variações de manobras fluidas, o australiano conseguiu um 8.17. Mas, na sequência, Mineirinho deu uma bela resposta. O brasileiro encarrilou duas ótimas notas: um 7.5 e um 7.47. Na segunda, Adriano apresentou belos e sequentes carvings. Mas Fanning, no final, encontrou um 7.10. Mineirinho ficou na necessidade de buscar um 7.57 para virar. O brasileiro ainda conseguiu pegar duas ondas, mas não passou de uma nota 7. Foi a quarta vitória do australiano em Bells Beach.
O mais experiente da tempestade brasileira, geração de surfistas tupiniquins que vêm se destacando no cenário do surfe, Adriano foi o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial, em 2011 – ano em que venceu duas etapas: no Rio e em Portugal. O paulista, depois de um 2014 inconstante, vem, aos poucos, recuperando seu agressivo surfe e certamente é um dos candidatos a erguer o troféu no final do ano.
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Veja como ficou o ranking mundial após a segunda etapa:
1º MICK FANNING 15,200
2º FILIPE TOLEDO 15,200
3º ADRIANO DE SOUZA 14,500
4º JULIAN WILSON 9,750
5º JORDY SMITH 9,200
6º JOSH KERR 8,250
7º NAT YOUNG 8,250
8º MIGUEL PUPO 7,000
9º GABRIEL MEDINA 6,950
10º TAJ BURROW 6,950
11º OWEN WRIGHT 6,950
12º KELLY SLATER 5,750
13º JOEL PARKINSON 5,750
14º MATT WILKINSON 5,750
15º BEDE DURBIDGE 5,700
16º WIGGOLLY DANTAS 5,700
17º JADSON ANDRE 4,500
18º ITALO FERREIRA 4,500
19º JEREMY FLORES 4,500
20º GLENN HALL 4,500
21º JOHN JOHN FLORENCE 3,500
22º KOLOHE ANDINO 3,500
23º SEBASTIAN ZIETZ 3,500
24º FREDDY PATACCHIA JR. 3,500
25º MATT BANTING 3,500
26º ADAM MELLING 2,250
27º KEANU ASING 2,250
28º DUSTY PAYNE 2,250
29º BRETT SIMPSON 2,250
30º MASON HO 1,750
31º MICHEL BOUREZ 1,000
32º ADRIAN BUCHAN 1,000
33º KAI OTTON 1,000
34º RICARDO CHRISTIE 1,000
35º C.J. HOBGOOD 1,000
36º JOE VAN DIJK 500
37º DANE REYNOLDS 500
38º JACK FREESTONE 500