Luana Piovani está percorrendo o país mostrando que vai além das polêmicas nas redes sociais. Na peça Ele Ainda Está Aqui, ela interpreta Bárbara que, conhece seus dois irmãos, Miguel (Thelmo Fernandes) e Francisco (Omar Menezes), a partir da morte do pai, um rico empresário que, apesar de conquistar o mundo, se fez ausente na criação dos filhos.
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O espetáculo observa as expectativas das personagens a partir de suas ambições. Retrata, ainda, a disputa pela herança do pai, além das lembranças de cada um sobre a ausência da figura paterna. Por e-mail, Luana fala sobre a peça, o seu posicionamento forte nas redes sociais e a exposição de sua intimidade.
Você já passou por alguma situação parecida como a da peça? Em tempos de tanta intolerância, como se enxerga as relações familiares?
Nunca passei por nenhuma situação parecida, para minha sorte. Acho que família é sempre um lugar onde a gente tem muita cumplicidade, muito amor, mas, também, em alguns lugares, nada disto acontece, pois família, a gente não escolhe. E nem sempre a gente tem identificação com as pessoas que nos cercam. Eu, na minha família, tenho muito apoio, muita cumplicidade.
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E como trabalha estas questões, relações entre familiares e possibilidade de discórdia, com os seus filhos (ela e o surfista profissional Pedro Scooby são pais de Dom, seis anos, e dos gêmeos, Liz e Bem, três)?
A gente não fala exatamente sobre isso, a gente vive a nossa família. Somos unidos, tem coisas que as crianças fazem mais comigo, coisas que fazem mais com o Pedro, mas assistem ao nosso amor. A nossa casa tem uma harmonia muito boa, e é onde a gente fala e ouve o que eles têm a dizer. Então, acho que este conceito de família com diálogo e amor é bastante positivo.
Como é a sua relação com o teatro?
Olha, é a coisa que eu mais gosto de fazer. Então, todas as vezes em que eu tenho a possibilidade de exercitar este meu dom e este meu amor, para mim, é muito, muito especial. Eu tenho orgulho de convidar as pessoas para assistir a esta peça. Acho que é entretenimento com reflexão, o que é bastante especial.
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Seguidamente, suas fotos ousadas, ou do Scooby, publicadas nas redes sociais, além de declarações, causam polêmica. Como avalia isso? Acha que a população brasileira ainda é muito preconceituosa e, de certa maneira, atrasada?
Acho que, aqui no Brasil, “polêmica” é uma palavra que virou sinônimo de “diferente”. Eu acho que polêmica é outra coisa. Acho que polêmica é a quantidade de gays que sofrem violência no nosso país, acho que polêmica é a atitude de políticos não sabendo responder a questões importantes sobre coisas que eles tinham que ter feito, ou que fizeram. Acho que, no Brasil, as pessoas usam a palavra “polêmica” de uma maneira equivocada e acabam me chamando de “polêmica” só por eu não fazer coisas consideradas óbvias, comuns. Eu me sinto um pouco à parte do rebanho, mas eu não me sinto polêmica. Acho que esta é uma faixa que as pessoas tentam me dar, mas é que o Brasil é cheio de faixas, as pessoas adoram colocar rótulos e distribuir codinomes. Só acho que eu tenho coragem de dizer o que penso, porque eu não me sinto agredindo ninguém. O que eu penso só acontece dentro da minha casa. Então, eu não estou agredindo ninguém. E eu acho bom a gente ouvir coisas que não sejam só o que a gente ouve dentro de casa, porque a porteirinha tende a ir pra mais longe, as fronteiras tendem a se ampliar.