Um dos cartões-postais de Santa Catarina ficou cerca de seis meses praticamente no escuro. Em abril deste ano, a Serra do Rio do Rastro foi iluminada novamente. Poucos meses depois, no auge da temporada de inverno, trechos da estrada apagaram mais uma vez.

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A iluminação deste trecho da SC-390 enfrenta problemas desde que foi instalada, no início de 1990. Segundo o presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Paulo Meller, são inúmeros os furtos de cabos da fiação, que é subterrânea, além de situações de vandalismo, como a destruição de lâmpadas.

– É um problema muito grave. O furto é constante. Quando acontece, temos que fazer licitação para comprar os materiais novamente, por isso demora – explica.

Integrantes da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) de Bom Jardim da Serra, entretanto, relataram que não haveria registro de ocorrências envolvendo furto ou vandalismo na iluminação do local.

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Segundo o major Fábio Martins, da assessoria da PMRv em Florianópolis, há cerca de dois anos houve relatos ao comando estadual sobre furto de fiação.

Segundo o Deinfra, outra justificativa para os danos está relacionada ao clima e a trepidação dos carros.

Manutenção é realizada quando empresa é acionada

O superintendente regional do Deinfra no Sul, Lourival Pizzolo, aponta que uma empresa terceirizada ganhou a licitação para fazer a manutenção da iluminação da serra.

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– Ela é acionada quando a PMRv informa ao Deinfra os trechos apagados – explica.

O responsável pelo posto de Bom Jardim da Serra, sargento Claudio Machado, afirma que pela fiação ser subterrânea, dependendo do problema, a manutenção demora.

– A Serra é sempre bem patrulhada, ainda mais no inverno, quando há congelamento na pista – ressalta o major Martins.

Projeto deslumbrante

Financiado pelo Deinfra e criado pelo engenheiro elétrico Gilberto dos Passos Aguiar no início dos anos 1990, o projeto de iluminação nos 10 quilômetros da Serra do Rio do Rastro, que ligam o Sul à Serra catarinense, destacam a beleza das 283 curvas de abismos a quase 1,5 mil metros acima do nível do mar.

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O projeto foi desenhado nos mínimos detalhes pelo engenheiro que estudou durante três anos cada perigosa curva da estrada, a serviço da Celesc. Aguiar afirma que a rede de distribuição subterrânea favorece a segurança e a estética, assim como os postes, leves e pintados de verde, posicionados estrategicamente para iluminar o caminho de maneira uniforme e não interferir na beleza natural.

– Fico triste pela falta de manutenção, ainda mais pelo furto de cabos. Quando se faz uma obra dessa complexidade, tem que ter alguém que faça a manutenção periódica. A Serra é linda, mas à noite você não percebe essa beleza sem iluminação – diz Aguiar.