Quando termina a maquiagem e o nariz de palhaço colore o rosto, Nadia Villani Ruy se transforma. O sorriso se abre e até o jeito de falar muda. Agora ela é a ¿Dotora¿ Xarope de Morango. O jaleco, o nariz de palhaço e as roupas coloridas fazem parte do uniforme de trabalho. O que Nádia e a “dotora” Xarope dividem – e isso a maquiagem é incapaz de esconder – são o olhar doce e acolhedor e a vontade de ajudar o outro.
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Nádia é fundadora do grupo Doses de Alegria, que hoje reúne 20 “dotores”, e comemorou cinco anos neste domingo com um almoço na Cachoeira do Bom Jesus, no norte da Ilha. Eles se dividem em visitas a hospitais, casas de idosos, crianças e outras entidades na Grande Florianópolis. A agenda é extensa e, para circular, os voluntários se dividiam em veículos emprestados, não havia espaço para todo mundo. Mas isso acabou de mudar.
É quando entra na história o Divina Luz. Luis Demétrius também é voluntário. Ele e os membros do grupo espírita, cerca de dez pessoas, participam de ações nas comunidades no norte da Ilha. Acreditam no poder que a união de forças pode fazer para o bem da sociedade. Luis conheceu o trabalho de Nádia há dois anos e ficou impressionado como ela e os “dotores” se esforçavam para levar alegria e esperança por onde passam.
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Com o passar do tempo, se uniram para custear gasolina, ajudar com outros gastos e a promover eventos. O mais recente aconteceu neste domingo, o aniversário do Doses de Alegria. Toda a divulgação era pela realização de um sonho dos “dotores”: a compra da tão sonhada Kombi que os ajudará a carregar não apenas os voluntários, mas também o material arrecadado nas campanhas anuais de Natal, do agasalho e Dia das Crianças.
Neste domingo, momentos antes de o almoço ser servido, os “dotores” circulavam pelo salão da sede a OAB, na Cachoeira, cumprimentando cada pessoa presente. Voluntários recém-formados faziam sua estreia – eles passam por um treinamento de pelo menos quatro finais de semana antes de atuarem no grupo.
Perto das 13h chegou a hora da coreografia da Kombi que os palhaços inventaram justamente para lembrar qual era seu principal sonho. A dança foi interrompida subitamente por uma buzina insistente e, adentrando o salão, ali surgia a tão esperada Kombi. No volante, estava Luis e de carona os voluntários do Divina Luz, todos de nariz de palhaço. A surpresa foi tamanha que a “dotora” Xarope não teve como conter a emoção de Nádia e ambas deixaram as lágrimas derreterem a maquiagem. Ao lado dela, as reações se dividiam entre o choro de alegria e os sorrisos dos demais “dotores”, entre eles o Mentado dos Teclados e o Mindinho do Dedo Curtinho, vividos respectivamente pelo marido de Nádia, Renato Casca, e pelo filho dela, João Vinícius Ruy de Oliveira.
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– Tem pessoas que são anjos na nossa vida e o Divina Luz mostrou isso. Era um sonho ter essa Kombi para ajudar nas nossas campanhas e nem acredito que isso se realizou muito antes do que esperávamos – emocionou-se Nádia.
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