Um telhado pode ter vários significados. Para uns, ele representa a bênção de ter um teto sob a cabeça todos os dias. Para outros, um refúgio quando se esquece o guarda-chuva em casa. Mas há muito que o telhado deixou de ser apenas um lugar e se tornou um ícone. Pelo menos para a música. Há 45 anos, neste mesmo dia 30 de janeiro, quatro garotos nascidos em Liverpool, na Inglaterra, transformaram um telhado modesto, no coração de Londres, naquele que seria conhecido como o palco do último show do grupo mais bem-sucedido da música popular de todos os tempos: os Beatles.

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Mais de quatro décadas se passaram desde a última performance da banda formada por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. Mas isso não foi suficiente para apagar o legado deixado pelos músicos. Para tentar entender o porquê de tanta paixão, o Santa entrevistou três beatlemaníacos de Blumenau que juntos provam que não é preciso ter vivido os anos 1960 para ser completamente louco pelo quarteto.

Paixão eternizada na pele

Quando Paul McCartney se apresentou em Florianópolis, em 2012, Claudio Abdo, 30 anos, participou de um concurso do Fantástico, da Rede Globo, que iria escolher as interpretações mais criativas dos fãs e premiar cada um deles com um passaporte para a passagem de som do show. A cereja no topo do bolo: eles teriam a oportunidade única de conhecer pessoalmente o ídolo. Claudio foi um dos 24 sortudos selecionados pelo programa.

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– Me inscrevi e meio que esqueci, deixei pra lá. Já tinha visto o Paul outras vezes, mas o que valia ali era conhecer ele. No dia em que saiu o resultado eu não acreditei, depois não consegui dormir direito até o dia do show. Eu tinha muito medo de conhecer o Paul, vai que o cara é um babaca, né (risos)? Mas não, ele é um querido. Ainda bem – comemora Claudio.

Segundo as instruções da produção do concurso, conta Claudio, o grupo não tinha permissão para fazer perguntas ao ex-beatle. Mas ele diz que não resistiu:

– Eu precisava pedir pra ele autografar o meu braço, não ia perder aquela oportunidade. Lembro que vários seguranças pularam em cima de mim quando eu cheguei perto dele, mas o Paul veio, perguntou se eu tinha certeza e assinou. Um amor de pessoa. No dia seguinte, fiz a tatuagem – recorda.

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Deus no céu, Beatles na Terra

– Os Beatles são geniais, cara. Eu digo sempre que se Deus existe, Beatles é um presente que Ele deixou pra quem realmente ama música. A probabilidade de quatro caipiras nascidos na mesma cidade virarem músicos e se tornarem o que se tornaram é absurda.

Willian de Andrade, 24 anos, teve o primeiro contato com os Beatles aos 16 anos, através de um CD gravado por um amigo. Quando ouviu o solo de George Harrison na canção I Feel Fine, Willian lembra que traçou um novo objetivo como músico iniciante: ser tão bom quanto o guitarrista dos Beatles.

– Pra mim, a coisa mais marcante nos Beatles é que, naquela época, eles estavam ávidos por mudança, musicalmente falando. Tem discos que tu pega e pensa: “Cara, isso estava muito à frente do tempo deles”. Algumas bandas eram tão criativas quanto eles, mas quando os caras lançam Sgt. Pepper’s (de 1967), saem na frente de todo mundo _ comenta o jovem.

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O amor aconteceu sem querer

É impossível não rir com a sinceridade da professora de inglês Caroline Vieira, 23 anos:

– Eu odiava os Beatles. Aí, no Ensino Médio, a minha melhor amiga comprou o Number 1 (disco com os maiores sucessos da banda) e me emprestou. Ela era muito fanática e me obrigou a conhecer mais sobre eles. Lá pela quinta faixa do disco, estava apaixonada. Não sei explicar – lembra.

Depois disso, ela conta, foi um pulo para a obsessão. Carol comprava qualquer coisa que tivesse alguma relação com os garotos de Liverpool. Até hoje, tem em casa várias revistas, discos e até mesmo figurinhas da banda. Na parede do quarto, um quadro gigantesco saúda a garota logo de manhã cedo.

– Os Beatles mudaram a indústria da música, todos os discos foram sucesso e tudo mudou depois deles. O meu disco favorito é o Álbum Branco, porque eu acho que ali tem um pouquinho de cada um deles, da personalidade de cada beatle – explica Carol.

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Ainda não assistiu ao último show dos Beatles no telhado? Confira abaixo: