Na manhã seguinte ao pico daquela que já vem sendo considerada a segunda maior enchente registrada até hoje em Itapiranga, perdendo apenas para a de 1983, a água do Rio Uruguai está baixando rapidamente e os moradores começam a se organizar para voltar à normalidade.
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Por volta das 9h, o nível do rio estava em aproximadamente 13 metros. Ontem, no pico máximo às 20h30min, chegou a 14,59 metros, inundando grande parte do Centro de Itapiranga e dificultando o acesso à cidade. Segundo o prefeito Milton Simon, a medição do rio precisa baixar mais aproximadamente um metro para a região central ficar livre da água.
Pela manhã, dois tratores movimentavam a água sobre a Avenida Beira-Rio, onde ficam a prefeitura municipal e diversos comércios. Segundo o comandante dos bombeiros de Itapiranga, sargento Mallmann, as prioridades são a mobilidade urbana e os serviços de saúde.
– Os tratores estão mexendo a água sobre a pista para jogar a lama de volta para o rio – explica o comandante.
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Bombeiros, Defesa Civil e prefeitura agora trabalham para reestabelecer o fornecimento de água, cortado na quinta-feira, quando o rio tomou a principal estação hidráulica da cidade. O trabalho deve levar cerca de três dias. Até lá, três carretas com água potável continuarão, o dia inteiro, buscando água em estações não atingidas e despejando na rede central.
Cheia reaviva temores antigos
Na frente do clube Imigrantes, no Centro de Itapiranga, uma régua marca até onde a água chegou em 1983 – 15 metros. A medição é empírica, pois não há registros oficiais, mas dá uma ideia de como a cidade ficou na época.
– Da outra vez foi muito mais caótico. As pessoas não tinham informações sobre o que estava acontecendo, e nem as autoridades conseguiam medir com precisão o tamanho do problema – relembra Leoni Sulzdacher, moradora de Itapiranga e funcionária da prefeitura desde aquela época.
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Ela conta que, na enchente de 1983, muitas casas foram completamente destruídas. Como desde então é proibido construir residências à beira do Rio Uruguai, não há informações de imóveis derrubados pela água em 2014.