O nível da barragem de José Boiteux, no Alto Vale do Itajaí, dobrou nas últimas 26 horas. Os dados da Defesa Civil de Santa Catarina divulgados às 11h desta segunda-feira (9) mostravam a estrutura com 61% de ocupação. No domingo (8), às 9h, esse número estava em 31%.

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A barragem de José Boiteux tem capacidade para reter 357 milhões de metros cúbicos de água. É quase o dobro do volume das barragens de Taió e Ituporanga juntas. Somadas, elas podem conter 194 milhões de metros cúbicos. Nesta tarde, ambas estavam com capacidade total e vertendo.

Lázaro Cundagn Ka Mrêm, liderança da Terra Indígena Laklãnõ Xokleng, onde está instalada a barragem de José Boiteux, conta que casas na aldeia Plipatol estão submersas por causa do represamento do rio. Imagens do fotojornalista Patrick Rodrigues mostram a comunidade usando barcos se locomover.

O cenário é resultado do fechamento das comportas feito no começo da tarde de domingo (8). A medida foi determinada pelo governo do SC e houve conflito com indígenas contrários à medida. O impasse ocorreu por causa de demandas da comunidade não atendidas pelo Estado.

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— Queremos um futuro para nossa comunidade. Nós Xoklengs temos esse amor, essa consciência que há seres humanos para baixo e que precisam e que precisa se olhar com carinho para eles. Então nós não somos contra a barragem, mas queríamos que o governador olhasse também para a comunidade indígena que vive dentro de um prejuízo — desabafa Lázaro.

O que está por trás do conflito que afeta a operação da barragem de José Boiteux

Vídeo mostra situação da barragem

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