Sem entrar muito na contextualização sobre o caso específico de Sombrio, no Sul do Estado, onde um jovem teria ajudado o colega a se matar no banheiro do Instituto Federal, em Sombrio, no Sul do Estado. A professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina Ana Maria Borges de Sousa e pesquisadora do Núcleo vida e cuidado: estudos e pesquisas sobre violências, acredita que há pouco suporte afetivo e social para jovens nos mais diferentes ambientes, não só no escolar ou no familiar.
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– A escola é apenas mais um dos espaços. Ela recebe aquilo que a sociedade encaminha para lá. Jovens sem grandes perspectivas econômicas, profissionais ou de lazer, ou de família de camadas médias e mais abastadas, que vivem num excesso e sem pouca noção da realidade porque recebem tudo sem esforço.
Ana Maria ainda defende que quando se trata de um caso envolvendo jovens, como o de Sombrio, ninguém está livre da responsabilidade.
– Eles são sujeitos em formação, a responsabilidade por eles somos nós. Quando alguém se mata, não é um problema individual – ressalta.
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A pesquisadora acrescenta que a sociedade vive hoje um presenteísmo exacerbado e por isso as pessoas querem tudo para hoje.
– Não sei o histórico da família e nem a origem desses jovens, mas pode haver essa questão de querer ser feliz agora e junto a isso o impedimento familiar.
Associado a tudo isso, a pesquisadora cita o desamparo social a crianças e adolescentes, o envolvimento com drogas, as relações pouco afetivas em casa, a falta de diálogo e a escola sobrecarregada, sem suporte de especialistas como psicólogos.
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