A gigante americana Nike confirmou na quinta-feira que na origem da ruptura de seu relacionamento com Neymar em 2020 estava uma denúncia de uma funcionária da empresa contra o astro brasileiro por agressão sexual, uma acusação negada com veemência pelo pai do atleta.
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Em um comunicado enviado à AFP, a multinacional de artigos esportivos explica que o divórcio foi motivado pela falta de cooperação de Neymar com a investigação interna da denúncia.
“A Nike encerrou seu relacionamento com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa fé sobre alegações confiáveis de atos indevidos feitas por uma funcionária”, afirmou a empresa, confirmando a informação antecipada pelo jornal The Wall Street Journal (WSJ).
A investigação sobre o incidente, supostamente ocorrido em 2016, não foi conclusiva”, afirmou a empresa.
“Não surgiu nenhum conjunto de fatos que nos permitiria fazer uma declaração substantiva sobre o assunto. Seria impróprio para a Nike fazer uma declaração acusatória sem ser capaz de fornecer fatos que a respaldem”, afirmou.
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“Neymar Jr. se defenderá contra esses ataques infundados caso alguma denúncia seja apresentada, o que não aconteceu até agora”, respondeu a assessoria do jogador em comunicado, alegando que o astro do PSG e a Nike se separaram por motivos comerciais.
O término prematuro do patrocínio ocorreu em agosto de 2020 sem que nenhuma das partes divulgasse os motivos.
Neymar rejeita acusações
No comunicado enviado à AFP, a Nike explicou que estava “profundamente preocupada com as acusações de agressão sexual feitas em 2018 por uma de suas funcionárias contra Neymar Jr”.
Com base em documentos e relatos de testemunhas oculares, o WSJ informou que a funcionária disse a seus amigos, assim como a colegas, que Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral em 2016 enquanto ela estava em seu quarto de hotel em Nova York, onde trabalhava na coordenação e logística de um evento promocional com o jogador.
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“Como pode sair uma notícia dessa?”, questionou o pai do jogador, Neymar da Silva Santos, em declarações ao jornal Folha de S. Paulo, nas quais acusou a empresa de “chantagem”. “É muito estranho tudo isso agora. O Neymar nem conhece essa moça”.
“Muito estranho, todos saem da Nike e são acusados assim. Muito estranho, isso aconteceu com o Cristiano Ronaldo, com o cara lá do basquete que morreu, o Kobe (Bryant), eles passam a ser denegridos, como o Neymar está sendo acusado falsamente agora”, afirmou.
No comunicado, a Nike informou que estava pronta para investigar o incidente em 2018, quando a funcionária relatou o suposto assédio internamente, mas “respeitou o desejo inicial da funcionária de manter o assunto confidencial e evitar uma investigação”.
A Nike explicou que, a pedido da mulher, não fez qualquer denúncia na justiça até 2019, quando a funcionária finalmente decidiu pela investigação do caso.
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“Seguimos respeitando a confidencialidade da funcionária e também reconhecemos que esta tem sido uma experiência longa e difícil para ela”, continuou a empresa.
Citando documentos e pessoas não identificadas, o WSJ relatou que a Nike contratou advogados do escritório Cooley LLP para começar uma investigação em 2019 e, enquanto isso, decidiu por não contar com Neymar em atividades de marketing.
A assessoria de Neymar disse ao WSJ que ambas as partes conversavam sobre o caso até 2019. “É muito estranho que um caso que supõe-se ocorreu em 2016, com acusações de uma funcionária da Nike, venha à tona apenas nesse momento”, declarou ao jornal.
Em 2019, Neymar também foi acusado de estupro por outra mulher no Brasil. A acusação, que ele negou veementemente e acabou sendo retirada, abalou a imagem do astro.
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Após a denúncia, a Nike expressou “profunda preocupação”, mas depois apoiou o jogador quando o caso foi encerrado pela polícia por falta de provas.
O atacante de 29 anos anunciou um novo acordo de patrocínio com a Puma poucas semanas após o rompimento com a Nike.
A Nike patrocinou o atacante desde que ele era um prodígio de 13 anos.
No início deste mês, em meio a rumores sobre seu futuro esportivo, o atacante assinou uma prorrogação de seu contrato com o Paris Saint-Germain até o final da temporada 2024-2025.