De um time renovado e que tentaria surpreender na Copa das Confederações, a Nigéria se transformou em zebra. Mesmo que seu adversário em Belo Horizonte, amanhã, seja o time amador do Taiti.
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O motivo é simples: a equipe chegou com dois dias de atraso ao Brasil e vai entrar em campo contra todas as normas de uma concentração apropriada numa competição internacional, padrão Fifa.
Tudo começou com uma greve antes do embarque rumo ao Brasil. Os jogadores reagiram a um “calote” da Federação Nigeriana: receberam R$ 5 mil e não R$ 10 mil como combinado por empate nas Eliminatórias Copa.
Os atletas não embarcaram e, após resolvido o problema, participaram de uma gincana logística que culminou na chegada sábado de madrugada a Belo Horizonte. No meio do caminho, a delegação teve que vir em voos diferentes desde a Namíbia até a África do Sul. Lá, metade da delegação atrasou e houve uma intervenção diplomática para segurar o voo que partiria ao Brasil.
Em clima de convulsão interna, desgastados física e psicologicamente e há quase 24 horas em deslocamento os atletas tentarão reconhecer o gramado do Mineirão a partir das 16h deste domingo. Porque treinar é algo descartado.
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– Estamos muito cansados, é só o que posso falar – resmungou Kenneth Omeruo, que joga no time holandês Den Haag, num inglês quase indecifrável.
Ele foi o único a desafiar a lei do silêncio imposta pela Federação no Brasil. Todos os demais chegaram ao aeroporto de Confins, por volta de 3h, e rumaram ao hotel por volta de 6h em silêncio.
O time amador do Taiti, considerado o Ibis (equipe brasileira com fama de pior do mundo) do torneio, ganhou, portanto, alguns créditos para tentar o sucesso no jogo inicial.