A australiana Nicole Kidman excitou Cannes com um papel “cru e perigoso” em The Paperboy, do americano Lee Daniels, exibido nesta quinta-feira e que disputa a Palma de Ouro do 65º Festival de Cannes.
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Nove anos depois de Dogville, do polêmico cineasta dinamarquês Lars Von Trier, Nicole Kidman retorna à mostra oficial de Cannes na pele de uma “Barbie hiperssexualizada”, com cabelo louro, unhas vermelhas e longos cílios postiços, em um drama policial do mesmo diretor de Preciosa.
A superestrela de 44 anos tem uma grande atuação. Em uma cena, ela mostra que é capaz de provocar um orgasmo em um detento sentado diante dela, sem qualquer contato de pele, desempenho que provocou muitos comentários dos críticos.
A cena seria um desafio para qualquer atriz, mas Kidman tem um desempenho perfeito.
– Queria fazer algo mais cru e perigoso – disse a atriz na entrevista coletiva em Cannes.
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– Não me incomodou, em absoluto. Mas ainda não vi o filme – completou, provocando risadas dos críticos.
Ambientado no sul da Flórida e estrelado por Mathew McConaughey, Zac Effron e John Cusack, o filme de Lee Daniels é uma adaptação do livro do escritor americano Pete Dexter, publicado em 1995.
O longa-metragem narra a história de dois jornalistas que investigam o caso de Hillary van Wetter, um homem condenado por ter assassinado um xerife e que espera no corredor da morte. Da prisão, ele mantém uma correspondência com Charlotte Bless (Kidman).
Para obter a libertação do homem que não conhece, interpretado por John Cusak, Kidman – que no filme usa minissaias ou calças brilhantes e na entrevista coletiva um elegante vestido vermelho – conta com a ajuda de dois repórteres investigativos, cada um deles com um passado obscuro.
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Outro momento que provocou risadas na sala de imprensa foi quando um jornalista afirmou que Zac Effron passa metade do filme de cuecas.
A oscarizada Nicole Kidman é a estrela também do filme Hemingway e Gellhorn, que foi exibido fora de competição em Cannes, no qual interpreta a correspondente de guerra Martha Gellhorn, casada com o autor de O velho e o mar, interpretado por Clive Owen.
Também nesta quinta-feira, o mexicano Carlos Reygadas exibiu o filme Post tenebras lux na disputa pela Palma de Ouro. O cineasta disse que o verdadeiro título do longa-metragem deveria ser México sangra.
Filmado nas florestas do estado de Morelos, o filme narra a vida de Juan e sua família, que deixaram a Cidade do México para morar no campo. O título é uma referência a um versículo bíblico do livro de Jó: “Depois das trevas, espero a luz”.
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O filme provocou controvérsia na sessão para a imprensa. Muitos jornalistas vaiaram e vários abandonaram a sala antes do fim da projeção.