Você já ouviu falar em ocupação tradicional e ocupação imemorial? Essas expressões têm sido usadas em notícias, documentos e sentenças para caracterizar e reconhecer o direito dos povos originários brasileiros a viverem em seus territórios, conforme suas culturas. Mas, você sabe como os povos indígenas olham para esta questão?
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Nossa natureza, nosso lar, nossos costumes, ainda os temos. E, antigamente, tínhamos tudo que precisávamos, tanto da medicina e materiais, tanto do artesanato e construção de casas. E uma das características da territorialidade do povo guarani é sempre mudar de lugar: caminhávamos porque nossos antepassados tinham essa missão de buscar um lugar sagrado, que se chama yvymarãe´ỹ.
Os mais velhos sempre ensinaram que o tradicional não acaba. Conforme vão chegando as novas gerações, nos orientam e aconselham os jovens a como continuar os costumes. Para não perdemos a força e a coragem espiritual que nos mantém de cabeça erguida.
A definição de terra tradicionalmente ocupada está no Artigo 231 da Constituição Federal: são aquelas habitadas em caráter permanente e imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais e bem-estar. A ocupação imemorial, aos olhos dos guarani, significa que não há uma data definida para reconhecer os territórios, pois a existência guarani se trata de uma missão imposta por Nhanderu em tempos imemoriais, para serem protetores da natureza na Terra.
Os povos indígenas dedicam grande parte do seu tempo em atividades relacionadas à alimentação. Antigamente, as famílias cultivavam vastidão de roças coloridas, diversas, repletas de milho, feijão, frutas e verduras. Construímos, antigamente e hoje em dia, ferramentas e utensílios necessários para produzir armadilhas de caça, pesca e armazenamento dos alimentos. A nossa memória é viva!
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Ymã nhandere ko opava´erã heỹ raka´e, ahỹ güimã opa mba´e oparã.
Nhande hyvy rupa nahen xaῖ veima ovy mbegüerupi nda ipovei mã ka´aguy porã, yakã porã mba´eta heta va´ekuery oity pamã ka´agüy omongüy´a pamã yakã.