Os municípios da Serra Catarinense já se preparam para um “boom” de turistas de última hora a partir da próxima segunda-feira (16), quando haverá previsões do tempo ainda mais certeiras sobre a possibilidade de neve. Até aqui, a chance maior está entre as madrugadas de terça (17) e quinta-feira (19).

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Mesmo sem garantia de neve até então, o fluxo de turistas já aumentou na região. O movimento costuma se intensificar a partir de junho, mas foi adiantado neste ano junto com a onda de frio que chegou mais cedo à Serra.

Em São Joaquim, 95% dos cerca de mil leitos oficiais de hotéis e pousadas na cidade já tinham, nesta sexta (13), previsão de estarem ocupados neste fim de semana. O turismólogo Marcelo Di Jura, da prefeitura, diz que esse número costuma ficar em 80% nesta época do ano.

— Com essa frente fria mais forte agora, deu essa alavancada também — afirmou ao Diário Catarinense.

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A massa de ar polar sobre a qual ele se refere chegou à região acompanhada de maior umidade, associada a um ciclone extratropical formado na altura do oceano, segundo a Epagri/Ciram, o que explica a chance de neve.

Em Urubici, também já há alta procura pelos hotéis para esta próxima semana, em especial de turistas catarinenses, mas também de São Paulo e do Paraná.

— A gente tem uma expectativa de mais de 80% de ocupação nos nossos meios de hospedagens. Isso sendo modesta — disse a secretária do Turismo na cidade, Marinês Walkowski.

Já em Lages, que também costuma registrar episódios de neve nestas ocasiões, a média de ocupação da rede hoteleira deve ser de 80% na região central e de até 100% na zona rural, segundo a prefeitura.

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Quem trabalha com hotelaria, no entanto, acredita que os números de hóspedes expressam até uma menor parte do volume de turistas que a região deve receber caso se confirme a previsão de neve.

Diretora regional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Santa Catarina (Abih-SC), a empresária Mariléia Folster afirma, já com experiência de temporadas anteriores, que a maior parte dos visitantes chegará de última hora, sem necessariamente ter previsão de dormir na cidade.

— A pessoa que nunca viu a neve e estará trabalhando naqueles dias, e não tem tempo disponível para se hospedar, vai pegar o carro e subir à Serra para ver a neve e já voltar — diz ela, que também é dona de uma pousada em Urubici.

O plano de fazer um bate e volta exige, no entanto, cuidados e preparo do turista, já que, muitas vezes, trechos de rodovias na Serra ficam interditados devido à formação de gelo na pista. Isso já é um alerta em São Joaquim, segundo afirma o turismólogo da prefeitura.

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— A gente recomenda que o turista venha bem agasalhado e, às vezes, até evite de vir se não tiver uma hospedagem. Porque tem muito turista que vem sem o mínimo de precaução e não sabe a realidade do que é, por exemplo, precisar enfrentar um frio de -10ºC dentro de um carro — diz Di Jura.

Esse perfil de visitante costuma envolver catarinenses, que moram mais próximos à Serra e têm se tornado frequentadores mais assíduos da região nos últimos anos.

— Durante a pandemia, o pessoal descobriu a Serra Catarinense, principalmente o turista doméstico. Em vez de ir para mais longe, decidiu vir para a região serrana — diz o secretário Antenor Arruda, que chefia o Turismo na pequena Urupema, de 2,5 mil habitantes.

A capital nacional do frio, como o secretário gosta de destacar, chega ter o fluxo de pessoas dobrado ao menos nos feriados e aos finais de semana das temporadas de inverno. Nesta aguardada janela de neve, esse volume pode não se repetir a tal ponto, já que ela irá cair em dias úteis, mas, ainda assim, deverá ser grande. 

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Quem for subir à região deverá estar atento às estradas. A Serra do Corvo Branco, que chega a Urubici, ainda está totalmente interditada e sem previsão de reabertura por conta dos estragos causados pela chuva intensa no Estado há duas semanas.

Os turistas precisarão optar pela BR-282 a partir da Grande Florianópolis ou, mais ao Sul no Estado, pela Serra do Rio do Rastro, que, ao menos neste fim de semana, terá períodos de interdição devido a uma maratona que ocupará as 284 curvas da estrada até Bom Jardim da Serra.

O munícipio que terá a linha de chegada, assim como Orleans e Lauro Müller, que abrigam parte do trajeto antes da subida, já está com hospedagens lotadas para este fim de semana por causa do evento e movimentação intensa de visitantes. Parte deles pode também estender a estadia para ver a neve.

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