Uma intensa tempestade com fortes ventos e muita neve afeta a costa leste dos Estados Unidos, incluindo a capital Washington. As autoridades recomendam que as pessoas procurem refúgio, com a advertência de que o pior ainda não aconteceu. Pelo menos 18 pessoas morreram em seis estados até o momento.
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A neve já afetou estados do sul, como Arkansas, Tennessee, Kentucky, Carolina do Norte, Virgínia Ocidental e Virgínia. Apelidada de “Snowzilla”, em referência ao monstro do cinema “Godzilla”, tempestade deve prosseguir neste domingo.
NY proíbe trânsito e fecha pontes e túneis por nevasca
Em Nova York, o Central Park registrava 64cm de neve às 19h de sábado, recorde histórico para um dia no famoso parque de Manhattan. A marca anterior era de 61,2cm em 12 de fevereiro de 2006.
As mortes aconteceram nos estados do Arkansas, Kentucky, Nova York, Carolina do Norte, Maryland e Virginia, onde mais de 200 mil casas ficaram sem energia elétrica, enquanto 2,2 mil oficiais da Guarda Nacional foram mobilizados.
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O governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, proibiu o trânsito de veículos durante a tarde de sábado e fechou as pontes e túneis que ligam Manhattan com Long Island ao oeste e Nova Jersey ao leste.
Com a tempestade perdendo força durante a madrugada, as autoridades de Nova York devem retirar neste domingo a proibição de viagens e reabrir as ruas da cidade, assim com as estradas até Long Island (leste da cidade) e Nova Jersey (oeste).
Nevasca cobre Washington de branco e ameaça costa leste dos EUA
– Quero ser muito clara com todos. Vemos isto como uma tempestade maior. Tem implicações de vida, ou morte – afirmou a prefeita de Washington, Muriel Bowser.
O alerta é válido para uma grande faixa da costa do Atlântico dos Estados Unidos, de Washington a Nova York. A tempestade afeta quase 85 milhões de americanos, 25% da população do país, e pode provocar prejuízos de mais de US$ 1 bilhão, segundo o Serviço de Meteorologia Nacional.
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O governador de Nova Jersey, Chris Christie, um dos pré-candidatos do Partido Republicano à presidência, suspendeu a campanha em New Hampshire para supervisionar os esforços de emergência no estado.
Christie cortou os serviços de ônibus e trens em Nova Jersey na madrugada de sábado e publicou mensagens no Twitter para informar aos moradores que a crise está sob controle.
– A mensagem global é que vamos sair da tempestade. Sempre fazemos isto, é a maneira como fazemos as coisas em NJ (Nova Jersey) -, escreveu o governador, que ganhou fama nacional por sua atuação durante a emergência provocada pelo furacão Sandy, em 2012.
Vários estados mais ao sul foram afetados pela neve e por chuvas de granizo, incomuns na região, situação que deixou as residências de pelo menos 200.000 pessoas sem energia elétrica. Em Kentucky, centenas de caminhões e outros veículos permaneceram retidos nas avenidas escorregadias, cobertas de neve e gelo.
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Em toda a costa leste do país, moradores nervosos esvaziaram as prateleiras dos supermercados como forma de prevenção à tempestade.
Os fortes ventos levaram a chefe de Polícia de Washington, Cathy Lanier, a pedir aos moradores que permaneçam dentro de suas casas.
– Com o vento crescente e o acúmulo de neve, vamos observar mais pessoas presas nas estradas – disse Lanier ao canal CNN.
Pelo menos 4.400 voos foram cancelados pela tempestade, ao mesmo tempo que as autoridades de Washington anunciaram a incomum decisão de suspender os serviços de trens e ônibus de sexta-feira à noite até a manhã de segunda-feira.
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Caso as previsões sejam confirmadas, esta pode ser uma tempestade quase tão intensa quanto a de 1922, com 71 centímetros de neve e que deixou 100 mortos no desabamento do teto de um teatro em consequência do peso da neve acumulada.
Escolas e prédios públicos de Washington foram fechados. O prédio do Congresso, os monumentos nacionais e os famosos museus do Instituto Smithsonian também não abriram. A Polícia do Capitólio suspendeu a proibição em vigor há décadas de usar trenós em suas escadarias.
“Snowzilla” acabou com o que vinha sendo até agora um inverno clemente, com temperaturas que chegaram a 22°C na véspera do Natal em Nova York, o maior nível desde o início dos registros em 1871.
*AFP