O presidente do Joinville, Vilfred Schapitz, revelou nesta sexta-feira, em entrevista coletiva concedida na Arena, que o ex-presidente do clube, Nereu Martinelli (foto), é um dos interessados em ingressar no projeto JEC S.A. Em entrevista à reportagem, Martinelli confirmou a informação de Vilfred e o desejo de participar do projeto.
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Segundo o ex-presidente, esta é uma boa maneira de ajudar o Joinville financeiramente. Nereu estaria disposto a abrir mão do que tem direito no clube – cerca de R$ 2 milhões ou parte deste recurso – para ingressar na JEC S.A.
– É a melhor maneira de ajudarmos o Joinville. Todos podem ingressar. Eu teria uma parte aí. Claro, haveria retorno para mim, mas a dívida não existiria mais. Creio que outros poderiam fazer o mesmo – apontou o ex-dirigente.
Nereu garantiu que o fato de se tornar um investidor não o dará autonomia para comandar o JEC. Segundo ele, o modelo de gestão será o mesmo, a diferença será que os investidores serão recompensados por eventuais lucros do clube.
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– As ações majoritárias continuam com o clube. Eu teria apenas um percentual assim como qualquer outro investidor. O clube é da cidade e precisa ficar nas mãos de quem está na cidade. Não podemos deixar um investidor de fora, por exemplo, tomar as ações majoritárias do Joinville – explicou.
A sociedade anônima é um modelo de companhia com fins lucrativos, caracterizada por ter o seu capital financeiro dividido por ações. A empresa deve ter sempre dois ou mais acionistas. No caso do JEC, seria uma maneira de atrair investidores e tornar o clube mais aberto à sociedade. Os mentores do projeto acreditam que a entrada de investidores ajudaria o Tricolor a ser autossustentável.
Por enquanto, o projeto é embrionário. No entanto, um dos objetivos da JEC S.A. é deixar o clube livre dos riscos de ter suas contas bloqueadas por ações trabalhistas, por exemplo.
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A ideia surgiu a partir do clube vizinho, o Atlético-PR. Diretores do JEC estiveram na sede do Rubro-negro, em Curitiba, em mais de cinco ocasiões neste ano. Por lá, segundo o texto do jornalista Rodrigo Capelo, o Atlético-PR aguarda apenas a aprovação do projeto de lei nº 5.082/2016, criador da Sociedade Anônima do Futebol – SAF (“Lei da SAF”), para iniciar o processo transformacional.
O plano agora é convencer os conselheiros de que este é o melhor caminho para o clube. Para de fato isso se concretizar, haverá um longo período – talvez até com o JEC também esperando a aprovação do projeto de lei nº 5.082/2016.