Há dois anos e um mês no cargo, o diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, afirma estar tranquilo com a investigação aberta pela Justiça para apurar a legalidade de investimentos feitos na sede do órgão, em Palhoça, na Grande Florianópolis.

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Por telefone, Lima conversou na tarde desta segunda-feira com o DC, onde garantiu que agiu com legalidade e transparência diante dos recursos de fundos penitenciários. Leia os principais trechos:

Diário Catarinense – É legal o uso de dinheiro do fundo dos presos para o Deap

Leandro Lima – Todas as unidades sempre venderam. Para o Estado é inclusive melhor porque compra com um preço abaixo da média. O processo de compra e venda entra as duas é previsto em lei. Na verdade, é muito melhor porque o Estado compra por um preço mais em conta. A gente deve instrumentalizar o Fundo Rotativo para que ele possa cada vez mais financiar toda a atividade prisional e a partir deste momento a gente vai tendo condições para que o sistema seja autossuficiente e libera o Estado para fazer outro tipo de investimento.

DC – Vocês usam o dinheiro para o Deap, mas não há necessidade de melhoras nas cadeias do Estado?

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Leandro – Claro que tem. Tudo que foi solicitado para fazer foi feito. Usamos (dinheiro) em tudo que foi solicitado, mas não disse em momento nenhum que todas as mazelas foram resolvidas. Agora o departamento faz parte do sistema prisional.

DC – Há no Portal Transparência R$ 15 mil do Fundo Rotativo da Penitenciária de Curitibanos para comprar ar-condicionado para a sede do Deap em Palhoça. Não é mais vantagem aplicar o dinheiro no local?

Leandro – É possível que tenha acontecido, quem podia ajudou. É claro que se ficasse lá teria utilidade. Igualmente o fundo Rotativo de Curitibanos tem uma sobra e naquele momento que mudamos de um prédio para outro eles colaboraram.

DC – Não deveria ser o Deap que mantém as penitenciárias e não as penitenciárias que contribuem com o Deap?

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Leandro – Dentro desta lógica de que o sistema prisional vai ficar mantido pelo Estado sua premissa seria certa. Mas eu imagino que as despesas de uma maneira geral do sistema prisional serão melhor geridas se o sistema pudesse ser financiado pelo próprio fundo rotativo. E estes equipamentos não são doação para o Deap, são emprestados para o Deap por meio de termo de cessão de uso. O equipamento é da unidade

DC – Um item consta película para o seu carro. O senhor não vê nenhum problema nisso?

Leandro – Eu não sei se é para o meu carro.

DC – Está no Portal Transparência que é para o carro do diretor do Deap, R$ 140, e também um giroflex…

Leandro – Realmente eu não me lembro disso. Não vejo nenhum problema. Película é algo importante para minha segurança. Mas eu não posso discutir essa afirmação se foi para o meu carro ou se não foi porque não lembro e foge do meu controle.

DC – Como o senhor recebe a informação de que a Justiça abriu investigação?

Leandro – Com tranquilidade. Todos os dados que são citados, os números, as coisas adquiridas constam de um relatório entregue no Tribunal de Contas. Não tem nenhuma informação que foi sonegada ou maquiada. O valor da cadeira é aquele, tudo está colocado. Quem fiscaliza é o Tribunal de Contas e todas foram aprovadas. Não recebemos nenhuma ressalva.

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