Após a cloroquina e a hidroxicloroquina, recentemente o vermífugo ivemectina passou a ser defendido por alguns grupos para prevenção e tratamento do coronavírus, mesmo sem ter sua eficácia comprovada. Em Santa Catarina, uma equipe de 300 médicos assinou uma carta ao governo do Estado pedindo um protocolo que permita a liberação do uso desses medicamento nas fases iniciais da doença. Por outro lado, pelo menos três médicos deixaram o comitê de enfrentamento à Covid-19 em Balneário Camboriú, contrários à adoção de prescrição de ivemectina para internados com a doença

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Ciente da disputa política também incluída na questão, o presidente da Sociedade Catarinense de Infectologia, Fábio Gaudenzi, acredita que “todo mundo quer uma coisa só”, no que diz respeito ao enfrentamento eficaz da Covid-19 e evitar o acúmulo de pacientes em UTIs. Porém, o representante da entidade garante que os estudos existentes não corroboram para o uso de quaisquer desses medicamentos contra o vírus. 

– Nenhum desses medicamentos têm, até o momento, evidência robusta de que possam reduzir a evolução das formas graves da doença. É uma justificativa muito frequente ver quem diga que tomou o medicamento e melhorou. Precisamos lembrar que cerca de 90% das pessoas que vão ter uma melhora espontânea sem nenhum tipo de tratamento – declarou Gaudenzi.  

Segundo o infectologista, o médico não pode recomendar esses medicamentos, dentro da estratégia de tratamento global. Porém, há um parecer do Conselho Federal de Medicina válido para cloroquina, que permite ao profissional administrá-la, após discussão conjunta com o paciente e mediante a assinatura de um termo de consentimento, deixando claro ao infectado que o remédio ainda não possui eficácia garantida contra a Covid-19 e pode causar efeitos colaterais. 

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