Reconhecido poeta, autor de títulos como Outubro (1975) e Partimos de Manhã (2012), o escritor gaúcho Nei Duclós comemora 40 anos de carreira mergulhando radicalmente em um gênero que ainda não havia praticado: o romance histórico. Na Bienal do Livro do Rio, no dia 5 de setembro, ele lançará Tudo o que Pisa Deixa Rastro (edição do autor, 162 páginas, R$ 30), livro no qual repassa episódios da história do Brasil dos séculos 19 e 20.

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A pesquisa começou ainda nos anos 1980, por interesse do autor em temas do passado brasileiro. A curiosidade o levou também à universidade: em 1998, o autor graduou-se em História pela USP, quando trabalhava como jornalista na capital paulista. Mas algumas das principais fontes de conhecimento de Duclós não foram encontradas em bibliotecas ou bancos universitários.

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– Meu pai e meu tio lutaram na Revolução de 1932, conflito no qual a Brigada Militar gaúcha teve um papel muito importante. Sempre gostei muito de ouvir as histórias dos velhos, até que me tornei um deles – ri o autor de 66 anos, que atualmente vive em Florianópolis.

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Tudo o que Pisa Deixa Rastro mescla personagens reais e fictícios para narrar momentos que marcaram a história do país desde o Império, tendo cenas que contam com D. Pedro I e outras figuras de destaque, até os anos 1930, quando uma das personagens se envolve na Coluna Prestes. Um dos principais fios condutores da narrativa é o amor entre Denise e Tarso, jovens que se conhecem em meio a um bombardeio à cidade de São Paulo na Revolta Paulista de 1924.

– É uma história de amor, aventura e luta, com um texto que sempre busca a densidade poética – avalia Duclós.

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Este é o 20º livro do autor, entre impressos e e-books. Apesar de ser o primeiro romance histórico, Duclós já havia trabalhado com o passado em Universo Baldio, que mistura memórias com algumas cenas da história.

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Tudo o que Pisa Deixa Rastro é um modo de chamar atenção para momentos históricos que muitas vezes não são encarados em toda a sua importância, como a Guerra da Independência, o bombardeio a São Paulo, a criação de FEB e o episódio dos Lanceiros Negros – afirma Duclós.

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