*com informações de sites especializados
A situação no Campo Base do Everest continua tensa. Nesta quinta-feira houve uma cerimônia de homenagem aos 16 xerpas mortos no acidente da última sexta-feira, 18 de abril. Mas logo após as homenagens se iniciaram os debates e discursos para que o governo do Nepal atendesse as reinvindicações do xerpas. Enquanto a situação não ganha um desfecho, alpinistas e agências de montanhismo se dividem entre deixar o Campo Base ou aguardar por uma solução.
Continua depois da publicidade
> Veja vídeos do Campo Base do Everest 2014
> Na maior tragédia do Everest, avalanche mata 16 xerpas
Continua depois da publicidade
> Confira as exigências do xerpas ao governo do Nepal
> Veja o relato do catarinense André Freitas sobre o dia trágico
Nesta quinta-feira, a agência de notícias France Presse (AFP) noticiou que os xerpas haviam tomado a decisão de não mais trabalhar na montanha na temporada 2014. Porém, ainda não é certa essa decisão e os debates seguem tanto no Acampamento Base, quanto em Katmandu, capital do Nepal.
Mas o clima entre todas as partes é tenso. Os xerpas querem que os pedidos sejam atendidos, as agências desejam continuar as escaladas, mas dependem dos xerpas. E o governo não se posicionam sobre as reinvindicações e, na visão dos xerpas, parece tratar com descaso a situação.
Na face Norte da montanha, no Tibet, as escaladas continuam normalmente. Como a China é bastante burocrática em liberar as permissões e a escalada pelo lado chinês é mais difícil, há bem menos montanhistas que no lado do Nepal.
Continua depois da publicidade
Os xerpas, são guias locais do Nepal que trabalham na abertura das rotas até o cume da montanha e a estruturação dos acampamentos (C1,C2,C3,C4), também são contratados para carregar equipamentos montanha acima. Sem eles a sua enorme resistência à altitude, é praticamente impossível subir a montanha da forma que é feito nos últimos 30 anos. A temporada de escalada no Himalaia, que ocorre na primavera e início do verão no Nepal, é a principal fonte de renda de muitos deles. Enquanto a renda per-capita do país é de cerca de $ 1.500 dólares anuais**, xerpas podem ganhar até $ 5.000 dólares em dois meses durante a temporada, mas os riscos são altos. Em 2013, eles ajudaram 644 alpinistas a atingir o cume.
Confira imagens do catarinense que está no Nepal
Sem saber se poderão continuar a escalar ou não, algumas das 20 agências de montanhismo que estavam no Campo Base do Everest já deixaram o acampamento. Porém as maiores, Himalayan Experience (Himex), Altitude Junkies, International Mountain Guides (IMG) ainda continuam, e se puderem contar com os xerpas, continuarão a escalada. O catarinense André Freitas está na IMG. Há ainda outros cinco brasileiros na montanha.
Ainda nesta quinta-feira, Russell Brice, chefe da equipe Himex, e figura influente entre as agências de montanhismo foi a Katmandu tentar agilizar as negociações. Ocorre que o governo nepalês até o momento não sinalizou que irá atender todas as reinvindicações e os xerpas também estão divididos. Os mais jovens são mais radicais e querem o encerramento da temporada e também receber os salários contratados, já os mais experientes, que tem vínculos mais sérios com as agências de montanhismo estão mais comedidos.
Continua depois da publicidade
Como a rota de escalada pela cascata de gelo do Khumbu está bloqueada devido a queda dos imensos blocos de gelo que causaram o acidente, a montanha continua fechada. Os especialistas na construção dessa rota também estão proibidos pelos próprios xerpas de reconstruírem o acesso até que o governo não entre em acordo com o grupo. A tendência é que nos próximos dois dias um posicionamento definitivo ocorra.
**Fonte:The World Factbook/ CIA -USA