O CEO da fabricante aeronáutica americana Boeing, Dennis Muilenburg, avaliou nesta quinta-feira (15) que as negociações com a brasileira Embraer estão avançando, mas destacou que “ainda há trabalho a ser feito”.

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“Nós continuamos a fazer progressos e consideramos esta uma aliança estratégica excelente. Nós temos linhas de produção e de serviços complementares”, explicou durante uma entrevista à emissora CNBC.

“A Embraer tem capacidades verticais que correspondem à nossa estratégia para o futuro, e é uma boa combinação estratégica”, acrescentou.

Uma fonte próxima ao caso tinha indicado, no começo de fevereiro, à AFP, que as fabricantes americana e brasileira se aproximavam de um acordo para criar uma nova empresa, voltada apenas para aviões comerciais (de linha e jatos).

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A Boeing teria a maior parte do controle acionário da nova empresa, mas o governo brasileiro manteria sua “golden share”, com poder de veto.

As operações militares da Embraer continuariam sob controle brasileiro, acrescentou a mesma fonte, que pediu anonimato.

“Nós respeitamos as preocupações que o governo brasileiro tem sobre as questões da soberania e da defesa nacional, mas nós pensamos que estruturamos a operação de uma maneira que vai responder às necessidades de todas as partes envolvidas”, estimou Muilenburg nesta quinta.

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“Nós fizemos avanços, mas ainda há trabalho pela frente, e espero que alcancemos uma conclusão positiva”, indicou.

A terceira maior fabricante mundial, com volume de negócios de cerca de 6 bilhões de euros e 16 mil funcionários, a Embraer, privatizada em 1994, é uma das joias da indústria nacional. A empresa tem uma gama de aviões civis e militares, bem como jatos executivos.

Em seu importante setor de defesa, tem modelos como o A-29 Super Tucano para missões de ataque leve e treinamento avançado e o KC-390 de transporte tático e logístico de tropas e reabastecimento em voo, que deve chegar ao mercado neste ano.

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A tomada de controle dos aviões comerciais da Embraer permitiria à Boeing ampliar sue portfólio, acrescentando aparatos com capacidade de até 150 assentos.

Isso ajudaria a recuperar terreno no setor de curto e médio alcance diante da Airbus, que anunciou em meados de outubro uma parceria estratégica com a canadense Bombardier – concorrente da Embraer no mercado de aviões comerciais de até cem assentos e de curto alcance – para a fabricação dos aviões CSeries.

Em 2013, a Embraer lançou a família de aviões E-Jets E2, nova geração de aparatos cuja entrada em serviço é esperada para 2018. Eles são futuros concorrentes dos CSeries.

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jld/Dt/LyS/ll

* AFP