A volta dos ônibus em Florianópolis, São José, Biguaçu e Palhoça pode sofrer novo atraso. Embora a retomada do transporte coletivo tenha sido anunciada para o dia 17 na capital, e para a próxima segunda-feira (4) nas três cidades vizinhas, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano (Sintraturb) ainda deixa dúvidas sobre o assunto.

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A categoria reivindica a permanência dos cobradores nos veículos em Florianópolis e, para o transporte intermunicipal, o pagamento de parte dos salários, atrasada desde março, conforme o diretor de comunicação da entidade Deonísio Linder. 

– A prefeitura (de Florianópolis) abriu as portas para essa conversação sobre o que eles pensam para os cobradores, que deve durar a semana toda. A testagem de todos os funcionários, como vai funcionar, e a vacina para H1N1 também está sendo informada – relatou. 

Suspenso em Santa Catarina desde 18 de março, para evitar a disseminação do coronavírus, o transporte coletivo volta a funcionar na capital, em fase de testes, no dia 17. Neste período, os passageiros não poderão pagar a tarifa com dinheiro, apenas com cartão.

Conforme a prefeitura, os cartões pré-pagos serão vendidos nos terminais e por telefone, com delivery para entrega. Além disso, também será obrigatório o uso de álcool gel e máscaras por usuários e trabalhadores. 

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Eles reivindicam que o governo do estado abra uma linha de crédito para as empresas de transporte coletivo para o pagamento de 30% dos salários de março, 18 dias do salário de abril e o ticket alimentação de maio. 

– Se o governo do estado não abrir negociação conosco, as intermunicipais não poderão voltar. Se não tiver acordo com a gente não vamos retornar. Tem trabalhadores passando fome, o sindicato limpou o caixa pra comprar cestas básicas. A situação é de calamidade pública – relatou. 

O secretário de Estado de infraestrutura Thiago Vieira diz que entende a reinvindicação dos trabalhadores e, na medida do possível, o Estado tentará ajudar os segmentos impactos pela crise.

– A demanda do sindicato é legítima. Nesse cenário, tenho conversado com as empresas, nós acordamos lá em abril que nossa prioridade é a retomada da operação. Tão logo fosse retomada, teríamos uma ponte de diálogo para que a gente verificasse alguma possibilidade de financiamento referente ao setor de transporte. Isso já foi tema de duas reuniões, inclusive envolvendo a secretaria de estado da Fazenda, mas é preciso considerar que o transporte não é o único setor afetado pela pandemia – afirmou.

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As empresas de transporte coletivo da Grande Florianópolis comunicaram, via assessoria de imprensa, que vão colaborar com as definições do poder público para a volta da circulação dos ônibus e que uma reunião está marcada para esta tarde para tratar dos pagamentos em aberto.