O pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Dilson Alves da Silva Neto, o influenciador Nego Di, que pedia a liberdade do humorista, foi negado pela Justiça do Rio Grande do Sul na noite de segunda-feira (15). Ele foi preso preventivamente por suspeita de estelionato no domingo (14), em Florianópolis, e transferido para Canoas (RS). As informações são do g1.
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A polícia investiga uma loja online, aberta em 2022 por Nego Di e um sócio, que vendeu produtos que nunca foram entregues. As investigações estimam prejuízos em torno de R$ 5 milhões. O sócio do humorista está foragido.
A defesa de Nego Di afirmou em nota que “mantém a confiança de que o Poder Judiciário verificará a desnecessidade da prisão preventiva neste momento, considerando os fatos e as circunstâncias do caso”. Os advogados que o representam, contudo, não detalharam quais argumentos utilizaram para tentar obter a liberdade do influenciador.
A Justiça afirmou que a decisão por manter a prisão ocorreu com base nos argumentos do Ministério Público de risco de fuga, e de que ele poderia seguir cometendo crimes.
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— O indeferimento foi porque há elementos suficientes para a manutenção da prisão preventiva, apresentada a questão da lesão que foi causada em inúmeras pessoas. Tem, então, indícios suficientes da participação dele nesses estelionatos. Por isso, por ora, ele vai ser mantido segregado — diz o delegado Cristiano Reschke.
Quase 400 pessoas foram identificadas como vítimas do golpe em que Nego Di é suspeito. A Justiça afirma que os anúncios tinham abrangência nacional e eram impulsionados pela imagem do influenciador, o que fazia vítimas até fora do Rio Grande do Sul.
Nego Di é sócio de loja virtual que não entregava produtos
A suspeita é que Nego Di tenha lesado ao menos 370 pessoas através da loja virtual da qual é sócio. A loja tem acusações de vender os produtos, mas não entregá-los, de acordo com a Polícia Civil.
Pelas investigações, as contas bancárias ligadas ao influenciador movimentaram cerca de R$ 5 milhões na época, em 2022. O sócio de Nego Di, Anderson Boneti, também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no ano passado.
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Ele foi preso na Paraíba em fevereiro de 2023 e solto dias depois. A loja virtual operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022, data em que a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar.
O site vendia itens como aparelhos de ar condicionado e televisores, muitos com preços abaixo do mercado. Seguidores, atraídos pelos baixos preços, compraram os produtos, mas nunca receberam. De acordo com as investigações, não havia estoque, mas Nego Di enganava os clientes, dizendo que as entregas seriam feitas.
A Polícia Civil teria tentado intimar Nego Di para depor, mas ele nunca foi encontrado. Os prejuízos contra os clientes são estimados em R$ 330 mil, mas como as movimentações bancárias são milionárias, a suspeita que mais vítimas tenham sido lesadas e não procuraram a polícia para representar contra o influenciador.
Investigação por lavagem de dinheiro
Na sexta (12), Nego Di e a companheira, Gabriela Sousa, já haviam sido alvos de outra operação, desta vez por suspeita de lavagem de dinheiro. O casal teria arrecadado cerca de R$ 2 milhões promovendo rifas ilegais e outras possíveis fraudes nas redes sociais.
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Na ação, que ocorreu no bairro Jurerê Internacional, em Florianópolis, foram apreendidos dois carros de luxo e munição, além da arma de uso restrito das Forças Armadas, sem registro. A mulher foi presa por porte de arma. Ela foi solta no sábado (13) após pagar fiança de R$ 14 mil.
Nota da defesa de Nego Di
“Em relação aos recentes acontecimentos envolvendo o humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, gostaríamos de esclarecer que estamos tomando todas as medidas legais cabíveis.
Destacamos a importância do princípio constitucional da presunção de inocência, que assegura a todo cidadão o direito de ser considerado inocente até prova em contrário. O devido processo legal deve ser rigorosamente observado, garantindo que o acusado tenha uma defesa plena e justa, sem qualquer tipo de pré-julgamento.
Pedimos à mídia e ao público que tenham cautela na divulgação de informações sobre o caso, uma vez que a ampla exposição de fatos ainda não comprovados pode causar danos irreparáveis à imagem e à carreira de Nego Di.
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Qualquer divulgação precipitada pode resultar em uma condenação prévia injusta, prejudicando sua honra e dignidade.”
Veja fotos da operação contra Nego Di e esposa na sexta
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