Nego Di usava de deboche para se referir aos clientes lesados no suposto esquema de estelionato pelo qual foi preso no domingo (14), em Santa Catarina, de acordo com delegado da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Em coletiva de imprensa, a corporação deu mais detalhes sobre a investigação contra o influenciador e humorista.

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De acordo com a polícia gaúcha, há “farto material” sobre o esquema de fraude na loja virtual de Nego Di”. Conforme os investigadores, o empreendimento teria lesado pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos, sem entregá-los. Os fatos teriam ocorrido em 2022.

— Há inclusive vídeo em que Nego Di se manifesta de forma debochada brincando em relação as pessoas que não receberam os bens, enquanto se desloca em carro de luxo, uma Mercedes branca, conversível, chegando em seu restaurante — comentou Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana.

A apuração da Polícia Civil indica que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a ele na época passa de R$ 5 milhões.

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— São 370 vítimas identificadas, R$ 5 milhões levantados, com quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico. É um farto material probatório que não nos deixa dúvidas de que houve, sim, estelionato — disse o chefe de Polícia do Estado, delegado Fernando Sodré.

Nego Di foi preso na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis. Ele foi levado ao Rio Grande do Sul na noite de domingo e direcionado para a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).

* Com informações do g1 e do GZH

Investigação

As investigações apontam que a loja “Tadizuera” operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022 e pertenceria a Nego Di e a um outro sócio, que chegou a ter a prisão preventiva decretada em 2023. A empresa teria um prazo de entrega de 50 dias, considerado acima do normal.

De acordo com as apurações, o influenciador fazia a divulgação dos produtos à venda em seus perfis nas redes sociais, como aparelhos de ar-condicionado e televisores, muitos deles com preços abaixo dos de mercado. Parte dos seguidores dele nas redes sociais, que hoje passam de 10 milhões, comprou os produtos, mas, segundo a polícia, os itens nunca foram entregues.

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A investigação aponta que não havia estoque e que Nego Di enganou os clientes prometendo que as entregas seriam feitas. Ainda assim, movimentou dinheiro que entrava nas contas bancárias da empresa.

Em nota, a defesa afirmou que está tomando todas as providências e destacou a importância do “princípio constitucional da presunção de inocência, que assegura a todo cidadão o direito de ser considerado inocente até prova em contrário”.

O que diz a defesa

Em relação aos recentes acontecimentos envolvendo o humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como NegoDi, gostaríamos de esclarecer que estamos tomando todas as medidas legais cabíveis.

Destacamos a importância do princípio constitucional da presunção de inocência, que assegura a todo cidadão o direito de ser considerado inocente até prova em contrário. O devido processo legal deve ser rigorosamente observado, garantindo que o acusado tenha uma defesa plena e justa, sem qualquer tipo de pré-julgamento.

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Pedimos à mídia e ao público que tenham cautela na divulgação de informações sobre o caso, uma vez que a ampla exposição de fatos ainda não comprovados pode causar danos irreparáveis à imagem e à carreira de NegoDi.

Qualquer divulgação precipitada pode resultar em uma condenação prévia injusta, prejudicando sua honra e dignidade.

Hernani Fortini,. Jefferson Billo da Silva, Flora Volcato e Clementina Ana Dalapicula“.

Investigação por lavagem de dinheiro

Na sexta (12), Nego Di e a companheira, Gabriela Sousa, já haviam sido alvos de outra operação, desta vez por suspeita de lavagem de dinheiro. O casal teria arrecadado cerca de R$ 2 milhões promovendo rifas ilegais e outras possíveis fraudes nas redes sociais.

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Na ação, que ocorreu no bairro Jurerê Internacional, em Florianópolis, foram apreendidos dois carros de luxo e munição, além da arma de uso restrito das Forças Armadas, sem registro. A mulher foi presa por porte de arma. Ela foi solta no sábado (13) após pagar fiança de R$ 14 mil.

Veja fotos da operação contra Nego Di e esposa na sexta

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