Na decisão de sete páginas em que decreta prisões preventivas, a juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, trata o caso envolvendo a Águas de Palhoça como sendo nefasto esquema de corrupção na administração pública do município.

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“A sociedade de bem não suporta mais conviver com agentes públicos corruptos, sendo merecedores de severa atuação do Poder Judiciário com a finalidade de acautelar o meio social”, declara.

A magistrada viu legalidade na investigação da força-tarefa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), avaliando-a como elaborada e detalhada.

“Nesse cenário, não é difícil concluir que a liberdade do agente público e daqueles intimamente ligados à administração pública, aos quais se imputam graves crimes, possa significar estímulo a transgressões de tal espécie, bem como permitiria a reaproximação de todos, em prejuízo à extinção da quadrilha”, destacou a juíza.

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As preventivas, conforme ela, são para garantia da ordem pública, para assegurar a aplicação da lei penal e para a conveniência da instrução criminal. Num dos trechos, a juíza faz duras críticas à ação dos envolvidos.

“As conversas telefônicas e o acompanhamento dos investigados apontam a provável existência – há tempos, registro – de nefasto esquema de corrupção no seio da administração pública deste município”, diz Carolina.

A juíza confirma no despacho a existência de pagamentos de vultuosas propinas no valor de R$ 280 mil pelo empresário Luiz Fernando Oliveira da Silva, o Dentinho, da empresa privada Raiz Soluções Inteligentes, ao então secretário de Governo de Palhoça, Carlos Alberto Fernandes Júnior, o Caco.

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A primeira parcela, de R$ 100 mil, teria sido entregue no dia 12 em frente ao prédio em que mora e a segunda no dia 15, quando houve a prisão em flagrante pelo Gaeco. Além de Caco, a Justiça decretou a preventiva do pai dele, o engenheiro Carlos Alberto Fernandes e do empresário Luiz Fernando.