Sob o olhar curioso de dezenas de moradores de Barra Velha, a baleia-jubarte que apareceu morta na praia de Itajuba na manhã de domingo passou por uma necropsia na tarde desta segunda-feira.
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Segundo a veterinária da Associação R3 Animal, de Florianópolis, Cristiane Kolesnikovas, que coordenou a análise, não foi possível apontar a causa da morte do mamífero.
– Não deu para a gente identificar porque ela está em estado avançado de decomposição -, disse. Cristiane explica que a baleia já estava sem o crânio, o que sugere que ela pode estar morta há uma semana.
– O crânio, por ser mais pesado, afunda antes -, esclarece.
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De acordo com a veterinária, há várias doenças ocasionadas por vírus e bactérias que podem ter provocado a morte do animal. Ou mesmo a colisão com alguma embarcação, o que é bastante comum, segundo Cristiane.
Com a ajuda de uma retroescavadeira, a jubarte foi retirada das pedras onde desemboca o rio na praia de Itajuba e foi enterrada em uma parte isolada da praia.
– O local vai ser identificado com GPS e as coordenadas serão passadas para os pesquisadores, para que eles peguem os ossos no futuro -, conta o coordenador da Defesa Civil de Barra Velha, Elton Cunha.
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Ataque de orca
Uma das hipóteses foi levantada pelo curador do Museu Oceanográfico da Univali, Jules Soto, que analisou a baleia na manhã de segunda-feira. Segundo ele, a jubarte pode ter sido morta em um ataque de orca.
– A língua dela tinha pedaços cortados, típicos de mordidas de orca -, disse.
O pesquisador explica que é um hábito comum das orcas comer a língua das baleias, e uma das presas é a jubarte. Segundo Jules, após o ataque, as baleias entram em estado de estresse e encalham.
Uma das nadadeiras da baleia foi retirada e levada para o Museu Oceanográfico da Univali, em Balneário Piçarras. Segundo Jules, a nadadeira foi colocada em uma piscina de formol e deve ser exposta no aquário do salão de baleias do museu no início do ano que vem.
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