Os números de mães adolescentes no Litoral também preocupam. Navegantes é a cidade da região com o maior percentual de partos em meninas com idade entre 10 e 19 anos. De janeiro a março deste ano, 66 dos 395 partos feitos no município foram em jovens nessa faixa etária, ou seja, 16,7% dos casos. Na sequência, aparecem cidades menores como Penha, Balneário Piçarras e Porto Belo – a média de partos feitos em adolescentes nesses locais é de 15%.

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Camboriú também está na lista dos municípios com maior percentual. Na cidade 14,6% dos partos são em mães adolescentes. Esse número já chegou a ultrapassar os 20% em anos anteriores e agora reduziu. Os menores percentuais do período estão em Bombinhas e Balneário Camboriú, com 9%.

A coordenadora do Núcleo de Educação e Prevenção nas Escolas Estaduais da ADR de Itajaí, Elozia de Brito, diz que percebeu um aumento no número de grávidas adolescentes em 2016. Para ela, a faixa etária mais afetada está entre 13 e 16 anos.

– Muitas dessas meninas escondem a gravidez da família e às vezes nem se percebem grávidas. Por isso, acabam não fazendo o acompanhamento necessário – acrescenta.

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De acordo com ela, a maior parte dos partos em adolescentes se concentra em regiões periféricas das cidades e em locais onde há grande concentração de migrantes, como é o caso de Navegantes. Em Camboriú, Elozia diz que há também o problema do turismo sexual devido à proximidade da BR-101.

Para prevenir esses casos, a Gerência Regional de Educação de Itajaí promove desde 2008 o programa “Quanto custa um bebê”. A ação leva para as adolescentes de escolas estaduais informações sobre os riscos de uma gravidez precoce e a questão socioeconômica de se ter um filho. Quando a iniciativa começou havia uma escola na região com cerca de 60 meninas gestantes.

– Tivemos uma diminuição do número de partos em adolescentes por todo trabalho que é feito, porém já percebemos um aumento de casos neste ano em algumas unidades escolares – observa.

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Confira no gráfico os índices da região: