Aos 26 dias do mês de agosto de 1962, através de braços fortes e mentes determinadas, nascia Navegantes. Do povoado, à margem esquerda de Itajaí, ergueu-se uma cultura forte, com homens trabalhadores, que participam da construção de um promissor município.

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Terras ricas em madeira, que logo começou a tomar forma nos estaleiros, construindo embarcações que se juntavam às frotas de pesqueiros – pesca esta que foi o meu primeiro registro em carteira como trabalhador, renda predominante entre a população que na beira do rio ou em alto mar, usava um linguajar bem peculiar, ditando em conversas o futuro.

Cheguei à cidade logo após seu nascimento, aos 18 dias de dezembro de 1967, levado da maternidade pelos braços que me apertavam ao colo de minha mãe. Foi em Navegantes que botei meus pés, em terra firme, pela primeira vez. Hoje, aos 45 anos, caminhando pelas ruas, lembro com alegria das minhas primeiras amizades, da escola onde busquei aprendizado, das paqueras e de quando brincávamos correndo pelas veias abertas na principal rua que dava lugar às obras de tubulação.

As terras banhadas pelo Atlântico, que deu origem a 12 quilômetros de praia com dunas de areia fina e densa vegetação, não ousavam ser mais do que apenas um lugar para se passar o verão.

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Pouca gente aparecia por lá, era uma praia inteira só pra nós. No final da década de 1970 tomei um grande susto ao ver, pela primeira vez, rasgar o céu um metal reluzente que chamou a atenção de todos os moradores. Era o primeiro avião de carreira a pousar no então campo de aviação, que hoje sustenta o status de aeroporto internacional. Com a chegada da grande aeronave chegou também o progresso.

Hoje, com 51 anos de emancipação, o desenvolvimento é fato. Grandes navios aportam, empresas se estabelecem e as pessoas, células da economia, formam uma grande família dengo-dengo, apelido carinhoso que batiza os nascidos de identidade navegantina.

Na torre da igreja, as cercanias que a partir do centro se formaram, constituídas de casinhas e uma singela praça, viram mudar o cenário com a chegada da construção civil, que, tijolos sobre tijolos, insiste em construir novas moradias. Prédios altos, que dão a ela ares de cidade grande.

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