O final de tarde de sábado não será apagado da memória de 20 turistas que passeavam por um conjunto de praias e ilhas de fama internacional, na Grande Florianópolis. A embarcação na qual estavam sofreu um acidente e deixou o grupo agarrado a uma imensa boia alaranjada, uma tábua de salvação, por 45 minutos a partir das 17h35min de sábado.
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A turista Raquel Schefer, 36 anos, fez tanta força para se segurar, que mal conseguia mexer os braços. Sem saber nadar, ela não sabe sequer como foi parar junto à parte inflável do barco, mas não esquece das marolas sobre sua cabeça e da quantidade de água que engoliu. Ficou na memória a frase que serviu de senha para o acidente, assim que o convés da descolou da boias inflável:
– Todos para o meio do barco – gritou Charles Sell, dono da empresa Austral Tur.

O salva-vidas Moacir Roberto Ferreira lembra que ao chegar ao local, o motor e o convés do barco já estavam dentro do mar. Só restou a parte inflável, à qual os passageiros se agarravam. A ondulação estava a meio metro no local do naufrágio, onde a profundidade chega a 30 metros.
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Em meio aos choros de uma criança, a turista alemã levantava as mãos aos céus, fazia o sinal da cruz e rezava chorando. Ela e outra turista exibiam sinais de hipotermia e tinham as extremidades roxas, conforme relatou o cabo Moacir.
Levados até a praia da Ponta do Papagaio num comboio de salvamento liderado por 18 jet skis, os sobreviventes eram acolhidos com calorosa recepção pelos moradores e turistas. Conforme desembarcavam, recebiam toalhas, cobertas, cangas, roupas secas e água da população, além de mantas térmicas do Corpo de Bombeiros.
Veja o vídeo do resgate: