A ponteira Natália passou por momentos difíceis nos últimos dois anos. Duas cirurgias na canela não deixaram a jogadora participar da última temporada da Superliga. A atacante teve que assistir da arquibancada a derrota do seu time para o Sollys/Nestlé por 3 sets a 0, no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (RJ).

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Quase um ano após aquela final, diferente da temporada anterior, Natália estava em quadra para ajudar a Unilever na decisão contra o time de Osasco (SP). O cenário desta vez era o ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (SP). E o resultado foi diferente. Natália deixou a quadra como a maior pontuadora, ao lado da oposto Sarah Pavan, com 22 pontos, e foi uma das principais responsáveis pela vitória da equipe do Rio de Janeiro por 3 sets a 2, de virada (22/25, 19/25, 25/20, 25/15 e 15/9), em 2h11.

– O título e essa partida refletem toda a minha temporada. Não comecei bem a competição, mas com ajuda da equipe, consegui me recuperar na reta final. O nosso grupo é muito unido e sempre acreditamos que podíamos vencer. Essa foi a vitória da superação – disse a ponteira.

Natália fez questão de ressaltar a força da equipe carioca e a boa atuação de todo o grupo.

– Todas as jogadoras tiveram uma boa atuação. A Fofão me deixou livre em diversos momentos, porém todo o nosso grupo acreditou na vitória e conseguimos a virada. Nosso grupo é exemplo de superação. Eu jogando depois de cirurgia, a Fofão atuando tão bem aos 43 anos, Gabi com 18 anos jogando a primeira final, enfim, o nosso time acreditou e trabalhou muito para isso – garantiu Natália.

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A atacante da equipe carioca foi uma das que mais comemorou em quadra durante toda a partida.

– O jogo estava tenso para o nosso lado e dei uns gritos para tirar toda a tensão de dentro de mim. Falei para a Gabi fazer isso também e deu tudo certo. Depois de tantas dúvidas na minha temporada, eu precisava disso. Todos na equipe acreditaram muito em mim e, depois das quartas de final, passei a acreditar ainda mais. Em alguns momentos, duvidei do meu potencial e a comissão técnica fez com que eu pensasse o contrário. Por isso, fiquei muito feliz em corresponder ao que eles esperavam de mim, já que, na temporada passada, não tinha conseguido fazer nenhum jogo com a camisa da Unilever – disse Natália.

A ponteira da Unilever lembrou alguns momentos por que passou e comemorou bastante o resultado.

_ Só quem estava do meu lado sabe o quanto eu sofri. Ouvi as pessoas falarem sobre as minhas atuações, me julgarem, mas ninguém sabia como estava sendo para mim. E agora estou muito feliz mesmo. Foi uma superação individual e hoje me sinto uma vitoriosa _ concluiu Natália.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Diário Catarinense – Você tem títulos importantes, como o ouro olímpico e a própria Superliga. Esse tem um gosto diferente?

Natália – Considero esse uma vitória pessoal, depois de passar por duas cirurgias e por tantas incertezas.Duvidei muitas vezes que voltaria a jogar bem e agora dá pra dizer que estou de volta

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DC- Como foi ter os pais na arquibancada torcendo?

Natália – Eles sempre vão, me incentivam desde o início da carreira. Quando o jogo acabou, fui até a arquibancada, dei um abraço na minha mãe e ela chorou. Foi uma emoção muito grande porque ela estava do meu lado o tempo todo, desde a primeira cirurgia, e ela sabe o que eu passei nesse um ano e meio que estive longe das quadras.

DC – O que foi determinante para a virada?

Natália – O jogo estava tenso para o nosso lado e dei uns gritos para tirar a tensão. Falei para a Gabi fazer isso também e deu tudo certo. Depois de tantas dúvidas na minha temporada, eu precisava disso. Todos na equipe acreditaram muito em mim e, depois das quartas de final, passei a acreditar ainda mais.

DC – Você fez aniversário na quinta-feira. Já comemorou o suficiente?

Natália – Deixei para fazer uma comemoração dupla no domingo, e deu certo. Agora posso extravasar.