Dois casos de afogamento em pouco mais de 24 horas em Florianópolis deixaram os pais em alerta. Desde domingo, um bebê e uma criança morreram afogadas na Capital. Este tipo de acidente é a segunda causa de mortes entre crianças a adolescentes de até 14 anos no Brasil, atrás apenas de acidentes de trânsito.
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Além da prevenção, a informação também ajuda a evitar acidentes. A coordenadora de mobilização da ONG Criança Segura, Lia Gonsales, observa que os pais devem mostrar aos filhos os perigos que correm, porque até aos 14 anos, eles não têm esse discernimento. Uma outra medida educativa é matricular o filho em uma escolinha de natação.
A partir dos três meses, o bebê pode frequentar uma piscina, acompanhado de um adulto. Professor e dono de uma academia em Florianópolis, voltada para crianças, Dani d’Aquino explica que com essa idade, o neném começa a se adaptar à agua:
– Jogamos aguinha no rosto, fazemos movimentos e imersões para mostrar como a piscina é gostosa.
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De acordo com ele, uma criança aprende a nadar a partir dos 2,5 anos, quando ela consegue bater os pezinhos e levantar o rosto para respirar.
– Mas antes disso, ela já tem noções importantes. Se um bebê cair numa piscina, ele consegue procurar a borda para se agarrar com a mão. Isso se a água estiver num nível alto, que permita que ela alcance a borda.
Intimidade com a água
Bernardo, de sete meses, está indo para sua terceira aula de nado. A mãe Karina da Costa procurou a natação para desenvolvimento do filho e também para a segurança dele. A família tem piscina em casa. Na terceira aula, o bebê mostrou intimidade com a água. Parece relaxado com um brinquedo de borracha na boca, já mergulha com a mãe, bate os pezinhos e sorri. Ele apenas estranha um pouco ficar de costas, boiando, com ajuda de Karina. Sofia, de seis meses, também parece tranquila. Ela frequenta as aulas desde os três.
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– Ela adora. Procurei matricular para o desenvolvimento respiratório e para a segurança dela. Além de tudo, é muito legal – afirma a mãe, Simone Sommer Ozorio.
A menina Lia Alqureschi, de três anos, também começou a frequentar as aulas com três meses. Hoje, é independente na piscina. Mergulha, bate os pés e respira. A mãe Daniela ainda acompanha a garota, que se prepara para frequentar as aulas sozinha.
:: O que fazer em caso de emergência
Reanimação
Para cada minuto de parada cardiorrespiratória, a chance de sobrevivência reduz 10%, de acordo com os Bombeiros. Por isso, caso a vítima de afogamento não demonstre sinais de respiração, é preciso agir rápido. Depois de tirar a pessoa da água, deve-se acionar os Bombeiros ou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e, junto, realizar as manobras de reanimação. Os passos para restabelecer a respiração e batimentos cardíacos são os seguintes:
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Deitar a vítima em uma superfície firme e com a barriga para cima. Um bebê muito pequeno pode ser apoiado sobre as pernas do adulto socorrista.
Iniciar as compressões, com a base da mão, no ponto acima do osso do peito, no centro do tórax. Se for um bebê, as compressões devem ser feitas com dois dedos. Em crianças de um a oito anos, o procedimento exigirá uma das mãos. Acima de oito anos, as duas mãos.
Depois de 30 compressões, devem ser feitas duas ventilações. Em um bebê, o sopro da boca do socorrista deve ser direcionado à boca e ao nariz. Se for criança ou adulto, o sopro será de boca a boca. O procedimento deve se repetir até se reverter a situação da vítima ou até que o socorro chegue.
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Quem tiver dúvida ou não tiver segurança para realizar as manobras, deve ao menos fazer as compressões rápidas. No adulto, deve-se comprimir até afundar cinco centímetros no peito, no bebê, de três a quatro centímetros e meio. Devem ser feitas, no mínimo, cem compressões por minuto.
As manobras, que valem também para vítimas de enfarto, não devem ser treinadas em pessoas que estão respirando normalmente, sob risco de lesão. Quem tiver interesse ou parentes com problemas cardiorrespiratórios pode solicitar um treinamento rápido, de cerca de três horas, no Corpo de Bombeiros.
Fonte: Corpo de Bombeiros
:: Cuidados
A piscina ideal para crianças
– Se a piscina não estiver em uso, colocar lonas de proteção firmes, que suportem o peso de uma criança
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– As piscinas também devem ser cercadas por grades de pelo menos 60 centímetros
– Quando estiverem vazias, as áreas não devem ter objetos coloridos, como boias, que possam despertar o interesse de crianças
– As áreas devem ser reservadas, de preferência com mais de um impeditivo de acesso, como portas, além de grades
– Para ir para a piscina, a criança deve ter coletes, que impeçam que engulam água pela boca.
– O uso dos coletes pode dar uma falsa sensação de proteção às crianças. Por isso, elas devem ser orientadas para irem tomar banho sempre acompanhadas de um adulto
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– Mesmo com toda a proteção, é indispensável a presença de um adulto quando crianças estiverem na piscina
O banho de mar ideal para crianças
– A recomendação é procurar uma praia que tenha postos de guarda-vidas
– As famílias devem ficar a até 500 metros de distância desses postos
– Devem ser observadas as bandeiras na praia. Sinalização verde significa mar bom, a amarela aponta o mar ruim, que exige atenção. A bandeira vermelha alerta quando não se deve entrar no mar. Já as bandeiras na areia sinalizam os pontos perigosos da praia, onde há as correntes de retorno, que podem puxar para o fundo
– No caso de crianças, os Bombeiros ressaltam que “água no umbigo, sinal de perigo”
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– Os pais devem acompanhar as crianças na água
– Quem cair na corrente de retorno deve nadar paralelamente à praia, para sair da corrente ou boiar e pedir por socorro
– Para os adultos, a indicação é não ingerir bebida alcoólica quando se for para o mar
– Em caso de afogamento de adultos no mar, recomenda-se jogar uma prancha ou algo que flutue
Colaborou: Gabrielle Bittelbrun