Recentemente, a Nasa (Agência Aeroespacial dos Estados Unidos) divulgou imagens do antigo leito de um rio em Marte, com características terrestres. A descoberta foi anunciada pelo portal da agência espacial e tem gerado discussões no mundo científico. Isso porque as imagens oferecem indicações de um rio volumoso e agitado, algo nunca visto.

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Os registros obtidos através do rover Perseverance, em missão que estuda o planeta desde 2020, têm feito os cientistas repensarem a existência de ambientes aquáticos. Isso pode, ainda, oferecer novas possibilidades de estudo para a procura de vida microbiana antiga em Marte.

“O que é emocionante aqui é que entramos em uma nova fase da história de Jezero. E é a primeira vez que vemos ambientes como este em Marte”, disse a vice-cientista do projeto Perseverance, Katie Stack Morgan do Jet Propulsion Laboratory. “Estamos pensando em rios em uma escala diferente da que tínhamos antes”.

Evidências de água

O rio fez parte de uma rede de cursos de água que desaguava na Cratera Jezero, área estudada pelo rover há mais de dois anos. Durante as pesquisas na região, o equipamento identificou curvas que sugerem que existia água corrente, além de pedras e grãos sedimentados grosseiros característicos do leito de um rio.

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“Isso indica um rio de alta energia que está transportando muitos detritos. Quanto mais poderoso o fluxo de água, mais facilmente é capaz de mover pedaços maiores de material”, explicou Libby Ives, pesquisadora da Nasa e operadora do robô Perseverance.

Imagens do solo de Marte com curvas obtidas pela Nasa
Rastros de camada curva em Marte podem ter sido formados por um rio com água fluída (Imagem: Reprodução digital | NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)

Estudos sobre a formação do rio

Segundo informações da Nasa, os cientistas têm certeza de que as camadas curvas foram formadas por uma água que fluía poderosa. No entanto, mesmo com as afirmações, estudos estão sendo realizados visando analisar que tipo de rio teria formado as projeções, pois, quando vistas do solo, as camadas curvas aparecem dispostas em fileiras que se espalham pela paisagem.

Apesar disso, a especulação dos pesquisadores para o fenômeno é simples. Eles dizem que a formação pode ser os restos das margens de um rio que mudou ao longo do tempo, que são bancos de areia que se formaram ou ainda que são pilhas transformadas em rochas, sopradas pelo vento e moldadas até o tamanho atual.

“O vento agiu como um bisturi que cortou o topo desses depósitos”, disse Michael Lamb, da Caltech, especialista em rios e colaborador da equipe científica do Perseverance. “Nós vemos depósitos como este na Terra, mas eles nunca estão tão bem expostos quanto aqui em Marte. A Terra está coberta de vegetação que esconde essas camadas”.

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Vida em Marte

A partir das novidades descobertas pelo Perseverance, os cientistas pretendem avançar em pesquisas que buscam sinais de vida microbiana antiga no planeta vermelho. Isso porque o rover possui ferramentas capazes de caracterizar a geologia e o clima passado do astro, possibilitando a exploração humana, já que essa será a primeira missão a coletar e armazenar rocha marciana.

E essa não será a única superfície estudada pelo rover, já que ele faz parte da missão Mars 2020 Perseverance, a qual também pretende explorar a Lua através da missão Artemis, que levará o ser humano mais uma vez à superfície do satélite. Isso, por sua vez, ajudará os pesquisadores a se prepararem para a exploração humana do planeta vermelho.

*Por Vitoria Rondon

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