O misterioso barulho registrado por Butch Wilmore, astronauta que ficará “preso” no espaço até o mês de novembro, foi desvendado pela Nasa, agência espacial americana. No último sábado (31), os ruídos estranhos que saíam de um alto-falante dentro da Starliner deixaram os astronautas em órbita intrigados, e os levaram a contatar os técnicos em Houston, no Texas. As informações são do O Globo.

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O som pulsante que foi ouvido pelo astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional já parou, de acordo com a agência. O ruído que saía do alto-falante, ainda conforme à Nasa, era fruto de uma configuração de áudio entre a estação espacial e a Starliner.

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O sistema de áudio da estação espacial é complexo, permitindo que várias espaçonaves e módulos sejam interconectados, sendo comum a ocorrência de ruídos e feedbacks. A tripulação é orientada a contatar o controle da missão quando ouvir sons provenientes do sistema de comunicação” disse a agência em comunicado.

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Os agentes em solo ainda garantiram que o feedback do alto-falante ouvido por Wilmore não teria impacto técnico para a tripulação, a Starliner ou sequer as operações da estação, “incluindo a desacoplagem não tripulada da Starliner da estação, prevista para não antes de sexta-feira, 6 de setembro“, completou a agência.

Entenda o caso do “barulho misterioso”

“Tenho uma pergunta sobre a Starliner”, iniciou Wilmore via rádio para o Controle da Missão, no Centro Espacial Johnson, em Houston, no sábado. “Há um ruído estranho vindo do alto-falante… Não sei o que está causando isso”, continuou.

O astronauta disse, também, não ter certeza se era alguma anomalia na conexão entre a estação e a espaçonave que estava causando o ruído, ou outra coisa. Ele pediu aos agentes em solo, ainda, que verificassem se podiam ouvir o áudio dentro da espaçonave. Um tempo depois, o Controle da Missão retornou, também via rádio, que estavam conectados para ouvir o áudio dentro da Starliner, que agora está acoplada à Estação Espacial Internacional há quase três meses.

Enquanto flutuava dentro da Starliner, o astronauta colocou o microfone dele próximo ao alto-falante da espaçonave. Em seguida, um som bastante distinto pôde ser escutado.

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— Era como um ruído pulsante, quase como um som de sonar. Vou fazer mais uma vez, e deixarei vocês coçarem a cabeça para tentar descobrir o que está acontecendo. Certo, agora é com vocês. Chamem-nos se descobrirem o que é — disse Wilmore no rádio.

Na ocasião, a gravação do áudio e da conversa de Wilmore com o Controle da Missão foi capturada e compartilhada por um meteorologista, Rob Dale.

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Astronautas “presos” no espaço

Butch Wilmore e Suni Williams estão há mais de dois meses na Estação Espacial Internacional, em uma missão que deveria ter durado cerca de oito dias. Os dois deveriam retornar à Terra na nave Starliner, da Boeing, que teve vários problemas no atracamento na estação e, por conta disso, retornará sem tripulação.

A decisão foi feita em conjunto com especialistas em engenharia e voo espacial da Nasa e da Boeing, que avaliaram que a Starliner traria muitos riscos aos astronautas.

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No final de junho, a Nasa afirmou que os astronautas não estão literalmente presos no espaço, e que o adiamento da partida da estação é devido à uma completa avaliação dos problemas técnicos da espaçonave. O problema está no módulo de serviço da Starliner, que é uma seção da espaçonave que é descartada durante o retorno à Terra. É por esse motivo, de acordo com a agência, que os problemas devem ser analisados enquanto ela ainda está no espaço.

A maior preocupação, dentre os problemas encontrados, é a falha de múltiplos propulsores do sistema de controle de reação, vitais para direcionar a Starliner na partida da estação espacial e preparar a nave para uma “queima crucial” na reentrada na atmosfera da Terra.

Equipes terrestres da Nasa e da Boeing concluíram testes de um propulsor em um banco de testes em White Sands, Novo México, nas últimas semanas. A agência e a empresa teriam testado os propulsores da espaçonave em órbita, com o objetivo de verificar o desempenho enquanto acoplados à estação espacial. A princípio, os resultados preliminares dos testes foram úteis, de acordo com a Nasa. Mesmo assim, o adiamento de uma decisão final acerca do retorno dos astronautas segue acontecendo.

A Nasa repassou cerca de R$ 1,7 milhão para a SpaceX em 14 de julho, para estudo especial de resposta a emergências” além da Revisão de Prontidão de Voo adiada.

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Agora, a agência está enfrentando discussões internas vigorosas, acerca do retorno da tribulação à Terra na Starliner. Alguns engenheiros afirmam que, caso haja dúvidas sobre a espaçonave, a Nasa deve ir pelo caminho “mais seguro”, ou seja, voltar na Crew Dragon, que já fez a viagem em segurança 12 vezes.

*Sob supervisão de Luana Amorim

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